Ameniza dores e aumenta o prazer: veja como a maconha influencia a saúde feminina
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Ameniza dores e aumenta o prazer: veja como a maconha influencia a saúde feminina




O uso da maconha medicinal tem se mostrado benéfico em diversas áreas , como no tratamento de esclerose múltipla, nos sintomas de pessoas dentro do espectro autista e até em animais de estimação . Entre as áreas em que a maconha medicinal pode ser utilizada está a saúde da mulher.

De acordo com Barbara Arranz, biomédica, CEO da Linha Canábica e pioneira no tratamento com fitocanabinoides no Brasil, é comprovado que a cannabis pode ser uma grande aliada para a saúde da mulher. Isso acontece graças à sua interação com o corpo feminino e suas propriedades que podem amenizar dores e até tratar infecções.

Os canabinoides podem amenizar diversas queixas sentidas pelas mulheres ao longo da vida. Alguns dos resultados mais conhecidos são a melhora das cólicas fortes e intensas durante o período menstrual, a diminuição de sintomas da menopausa e até mesmo amenizar as dores da relação sexual e ter relações mais prazerosas estão entre os benefícios relacionados ao uso da maconha medicinal na saúde da mulher.

Por que essa reação acontece?

Arranz explica que isso acontece principalmente com o uso do canabinoide exógeno tetra-hidrocanabinol (THC), que atua na liberação de dopamina, aliviando dores diversas. Isso ocorre graças aos receptores espalhados pelo organismo feminino que reagem de maneira positiva aos canabinóides. 



“A ação dos canabinóides sintéticos [como o CDB] integra as vias neurológicas relacionadas à dor. Esse efeito antinociceptivo ou analgésico, é também mediado por outros receptores, como a proteína TRPV1, que são afetados pela cannabis”, diz a especialista.

Alívio das cólicas menstruais

Essa ação contra a dor do THC é capaz de proporcionar ciclos menstruais menos dolorosos e também pode auxiliar no tratamento da endometriose, que costuma causar fortes cólicas. “Ao sentir cólicas, a mulher pode passar um creme de THC na barriga e a cólica vai embora. Isso porque acontece uma interação entre os canabinoides que se conectam com os receptores responsáveis pela metabolização hormonal, fazendo com que o alívio venha de forma rápida”, explica.

Vaginismo e menopausa podem ser amenizadas

A maconha também pode ser aliada para mulheres que têm vaginismo, que causa dores na hora da penetração. Arranz explica que lubrificantes à base de cannabis podem auxiliar na circulação por ser um vasodilatador — aliás, o  iG Delas já experimentou o lubrificante de cannabis e contou tudo sobre como ele funciona na prática. 

O uso do lubrificante deixa a musculatura mais relaxada e, por conta da maneira como o THC age contra a dor, reduz os incômodos. O uso contínuo também pode auxiliar na lubrificação natural e no aumento da sensibilidade. Como consequência, é comum que ter orgasmos mais frequentes e intensos.

“A quantidade de receptores de THC das mulheres é imensa. Com o uso do lubrificante, que é rico em THC, é comum que haja um tempo maior de ação e o orgasmo seja mais prolongado”, explica a biomédica.

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Essas propriedades também podem auxiliar mulheres que passam por qualquer uma das três fases da menopausa: seja pré-menopausa, perimenopausa ou pós-menopausa. “Conforme o tempo passa, a região vaginal vai ficando mais seca, às vezes também fecha. Além disso, existe ainda uma parte psicológica muito intensa”, afirma. Nesse caso, a maconha entra para trabalhar tanto a questão física como o bem-estar das mulheres na menopausa.

Prazer sexual mais intenso

Mais do que melhorar as condições físicas, Arranz acrescenta que a maconha é aliada para melhorar a vida sexual. “Muitas mulheres estão em uma situação de um casamento, por exemplo, em que querem experimentar algo novo. Há também um auxílio nessa questão”, diz.

Esse efeito da maconha no prazer sexual feminino já foi comprovado por pesquisas científicas. De acordo com pesquisa de 2020 da Sexual Medicine Open Access, que ouviu 452 mulheres usuárias de cannabis, quase 73% afirmaram melhora no prazer e desejo sexual, além da chegada do orgasmo. Este grupo afirmou que usava a planta ao menos seis vezes por semana.

Outro estudo divulgado pela International Society for the Study of Women’s Sexual Health, 77% afirmaram que sentiram menos dores durante o ato sexual e que sentiram orgasmos mais potentes. Além disso, 60% delas sentiram aumento no desejo sexual.

Cannabis também é usada no tratamento de ISTs

Arranz afirma que a maconha possui propriedades anti-inflamatórias e antifúngicas. Por esse motivo, ela pode ser muito eficaz no tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A médica explica que observou de perto a melhora principalmente nos quadros de candidíase vaginal. O uso de lubrificantes, cremes ou cápsulas orais à base foi capaz de eliminar sintomas desagradáveis, como coceiras, vermelhidão e ardência.

A especialista explica ainda que há uma grande variedade de canabinoides que podem auxiliar no tratamento de infecções. “Além do THC e do CBD, o canabicromeno [CBC], o cannabigerol [CBG] e o canabinol [CBN] tratam bactérias causadoras de doenças femininas”, diz.


Insônia, depressão e cefaléia são amenizadas

Não é só da saúde exclusivamente feminina que a cannabis tem benefícios comprovados. Estudos comprovam que a planta pode ajudar no combate à insônia e a promover o relaxamento.

“Isso ocorre graças a dopamina e a outros neurotransmissores que mediam boas sensações e que são estimulados pelos canabinóides”, explica Arranz. Esse mesmo efeito pode auxiliar também no bem-estar de pessoas que sofrem de ansiedade e depressão.

A cefaléia, que acontece mais mulheres do que homens, também pode ser combatida devido à interação do THC com os receptores do Sistema Endocanabinóide. Ou seja, os mesmos princípios do alívio de dores que explicam a diminuição das cólicas e dos desconfortos também podem agir em outras regiões do organismo.


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