Apesar de também ser usada como meio para prevenir uma gravidez não planejada, a pílula do dia seguinte não é considerada método contraceptivo. Segundo o Ministério da Saúde, a PDS é classificada como um Anticoncepção de Emergência (AE) pelo fato de que só deve ser utilizado depois da relação sexual. Porém, isso não significa que a recomendação seja seguida à risca.
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Muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre como usar a pílula do dia seguinte , se esquecendo de que é emergencial e tomando mais de uma vez em um período curto de tempo ou até mesmo intercalando com o anticoncepcional. Esse uso incorreto, porém, pode causar problemas de saúde.
Ao Delas , a ginecologista e obstetra Ana Carolina Lúcio Pereira explica que a PDS contém os compostos de hormônio em alta concentração. É isso que atrasa o processo de ovulação, pois impede que óvulo seja liberado, além de dificultar a penetração dos espermatozóides no útero da mulher e reduzir os movimentos das tubas uterinas (que transportam o óvulo).
"Por causa disso, ela só deve ser utilizada quando houver sexo sem proteção e só se a mulher não segue um método contraceptivo contínuo ", diz. Outro motivo é o método de prevenção de gravidez que você usa normalmente falhar, como por exemplo, a camisinha furou.
Assim, se você acabou transando desprotegida (e não toma AC ou possui outra forma de se proteger), pode tomar a pílula até 72 horas depois da relação — lembrando que quanto mais você espera, menor é a eficácia do comprimido.
Mas, afinal, há alguma situação em que não se deve tomar a PDS de jeito nenhum? Segundo a especialista, sim. Explicamos abaixo cada uma dessas contraindicações:
Quando NÃO tomar a pílula do dia seguinte
1. Se já toma anticoncepcional
Como mencionado, a PDS não é indicada para quem já usa qualquer método contraceptivo e mesmo se você esquecer, como pode acontecer com o anticoncepcional. "A associação de pílula do dia seguinte com a pílula de uso habitual tem uma chance de agravo e complicações por conta das doses hormonais", diz Fernanda Pepicelli, ginecologista da Clínica MedPrimus.
Esses efeitos colaterais incluem náusea, dor de cabeça, irregularidade na menstruação e dor nas mamas. "O ideal quando se esquecer de tomar um dia do seu AC é utilizar um método de barreira, ou seja, a camisinha", completa.
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2. Se não pode tomar hormônios
Pacientes com historico de contraindicação a hormônios ou problemas de circulação, como tromboembolismo, não devem usar a pílula. Afinal, o método emergencial funciona como uma "bomba de hormônio" no seu corpo que além de inibir a ovulação, também induz alterações no sistema de coagulação do sangue.
3. Se tomou PDS recentemente
Usar a pílula consecutivamente é um erro comum e que, segundo Ana Carolina, não faz com que a mulher fique "mais protegida" — na realidade, acontece o contário. "A eficácia da PDS pode diminuir ainda mais com o uso acumulativo. Por isso, este método, que é de emergência, não deve ser utilizado como um de rotina", diz.
"A taxa de falha da anticoncepção de emergência em um único ato sexual desprotegido gira em torno de 2%, o que é ruim comparado a outros métodos. Ela tem diferentes mecanismos de ação a depender do período do ciclo que for utilizado. Portanto o ideal é que se utilize outro método se for ter nova relação mesmo se ainda estiver no mesmo ciclo", completa Fernanda.
4. Se estiver grávida
"Se a gravidez foi confirmada a PDS não terá nenhuma eficácia. Além disso, existe o risco de má formação, dependendo do período de desenvolvimento que o feto, por conta dos hormônios", comenta a ginecologista da Clínica MedPrimus.
A especialista finaliza dizendo que o ideal é sempre combinar métodos, ou seja, tomar o AC regularmente e, ainda assim, usar camisinha, por exemplo. "Não há garantias de que você estará protegida só com a pílula do dia seguinte ", afirma.
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Também não se esqueça de falar com a sua médica ginecologista para descobrir qual o melhor método para você e solucionar possíveis dúvidas sobre o uso da PDS, ou também caso você não tenha sangramento em até uma semana após ter tomado a pílula.