Entre os inúmeros benefícios que fazer exercícios com regularidade pode trazer, uma pesquisa global mostrou que as mulheres que se praticam uma atividade física, além de levarem uma vida mais saudável, também são menos afetadas pelos sintomas do ciclo menstrual.
Leia também: Fazer exercícios ao ar livre no calor é bom? Suor indica perda de peso? Entenda
Das 14 mil mulheres que participaram do estudo, incluindo mais de 2 mil brasileiras, 78% acham que fazer exercícios
com frequência ajuda a minimizar as cólicas, dor no peito, alterações de humor e fadiga, comuns no ciclo menstrual.
Quando questionadas sobre o tipo de atividade física
que mais tem efeito positivo para reduzir os sintomas, a maioria respondeu ser o exercício de intensidade moderada, aquele que faz com que “a respiração fique difícil, mas possibilita manter uma conversa”.
Para realizar o levantamento, uma equipe de pesquisadores da St. Mary’s University, no Reino Unido, e do aplicativo de acompanhamento de ciclo menstrual e exercício físico FitrWoman, fez um questionário as usuárias do Strava, rede social para quem pratica atividade física em todo o mundo, do Brasil, Reino Unido, Irlanda, Estados Unidos, França, Espanha.
Leia também: Como a pílula anticoncepcional e do dia seguinte influenciam o ciclo menstrual?
Foi apontado também que entre as mulheres que atendem às orientações de exercícios da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, aquelas que praticam pelo menos alguma atividade aeróbica de intensidade moderada por pelo menos 150 minutos durante a semana, e comem cinco ou mais porções de frutas e vegetais por dia têm menor probabilidade de perder dias de trabalho devido aos sintomas do ciclo menstrual
.
Isso porque uma em cada três mulheres afirmou já ter pedido algum dia de trabalho por conta dos efeitos do ciclo menstrual. No Brasil esse número é ainda mais alarmante, correspondendo a mais de 40% das entrevistadas.
Você viu?
Além disso, 69% das mulheres, em algum momento, já se sentiram forçadas a mudar a rotina de exercícios e 88% também sentem que o desempenho nas atividades físicas é pior em algum momento durante o ciclo menstrual, mostrou o estudo.
Segundo a pesquisa, quem se recupera melhor, descansa o corpo e dorme bem, com uma melhor qualidade e maior duração do sono, também consegue diminuir os sintomas.
A líder do estudo, a fisiologista do exercício Dra. Georgie Bruinvels, também co-fundadora da FitrWoman, se propôs a ajudar as inúmeras mulheres com quem falou durante sua pesquisa que veem o ciclo menstrual como uma barreira ao exercício regular ou que não tinham certeza se era saudável e seguro se exercitar em certos pontos do ciclo
“Queríamos iniciar uma conversa importante sobre o exercício, o ciclo menstrual e outros fatores do estilo de vida que capacitariam todas as mulheres a trabalhar com o corpo, e não contra ele. Queremos que as mulheres se sintam à vontade para discutir algo que é muito normal e natural”, afirma.
Falta informação sobre fazer exercícios e ciclo menstrual
Globalmente, 72% das mulheres admitem não ter recebido nenhuma informação sobre a relação da prática de um exercício e seu ciclo menstrual.
Neste aspecto, o Brasil pode ser considerado mais bem colocado no ranking dos países avaliados, mesmo com o equivalente a aproximadamente 60% das mulheres relatando tal problema. Afinal, ainda que seja um número consideravelmente alto, ele é menor quando comparado com Reino Unido e Irlanda, por exemplo, onde esse número salta para 82%.
“Não há fóruns públicos suficientes para discutir abertamente o ciclo menstrual e a dor das atletas mulheres. Como a maior comunidade global de mulheres que praticam atividade física, o Strava se orgulha em ajudar a melhorar a compreensão das conexões entre mente e corpo, e entre a dor do período menstrual e o exercício físico”, ressalta Stephanie Hannon, Diretora de Produtos do Strava.
Leia também: 4 jeitos de monitorar sua menstruação e saber mais sobre o ciclo menstrual
A informação poderia incentivar mulheres a continuarem a fazer exercícios , mesmo após a fase adulta. “Os dados mostram que aquelas que receberam alguma educação tiveram bem menos probabilidade de diminuir seus exercícios durante a puberdade – quando tantas meninas e jovens param de praticar esportes”, complementa.