Um casamento que acontecia em Planaltina, Goiás, terminou na delegacia após ser interrompido pela Polícia Civil. O noivo, Hudson da Silva Ferreira, de 31 anos, aplicou o golpe de estelionato e a surpresa foi além de ter a cerimônia cancelada: a vítima era a própria noiva, uma servidora pública de Brasília, de 46 anos.
Em entrevista ao UOL, Luiz Gustavo Neiva, delegado do caso, contou que o casal se relacionava há mais de dois anos. "Nós conseguimos impedir esse casamento a tempo. Ela tomou conhecimento de toda a fraude. Ele inventava diversas histórias para tomar o dinheiro dela". Ao R7, o delegado contou que os familiares da vítima acionaram a polícia após perceberem que ela estava extremamente endividada.
De acordo com o delegado, a servidora pública chegou à falência. Entre as desculpas usadas pelo criminoso estavam pagamento de fiança — ele disse ter sido preso antes de, de fato, acontecer —, pagamento em clínicas de internação para tratamento de drogas e até mesmo um teste de DNA, feito por ele ser acusado de estupro. Os supostos crimes que Hudson usava para extorquir a vítima não existiam.
Os dois teriam se conhecido através de uma faxineira que trabalhava na casa da servidora pública e que era prima do homem. Não foi só ele que lucrou com o dinheiro da noiva, na associação criminosa também estariam um pai de santo, mentor do noivo, e outro homem, filho do religioso.
"Eles contaram toda a farda, informaram que o objetivo era esse, de tirar o máximo de dinheiro da servidora pública. Ele inclusive tem uma companheira, com quem mantinha um relacionamento paralelo e que sabia da história toda e consentia", contou o delegado ao UOL.
Os envolvidos respondem pelo crime de estelionato e associação criminosa, e o noivo também deverá responder pela Lei Maria da Penha, por ter vivido um relacionamento amoroso com a vítima. Hudson não foi preso por não haver flagrante.