As crianças não estão no grupo de risco de contaminação pelo novo coronavírus, mas ainda assim não é momento de descuidar dos pequenos. E seguir uma alimentação balanceada em casa, em tempos de quarentena, ajuda a manter a imunidade das crianças em alta.
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O isolamento social por causa do aumento dos casos de Covid-19 e da disseminação do coronavírus em todo o território nacional tem deixado dúvidas na cabeça de muitos pais que estavam acostumados aos filhos na escola, fazendo as principais refeições por lá. É preciso manter a qualidade - e a varidade - na alimentação deles agora em casa.
"É fundamental lembrar que as crianças e jovens necessitam de uma boa alimentação. Ao considerar este cenário de pandemia, esse cuidado torna-se ainda mais importante, visto que ajuda a manter a imunidade elevada e, nos casos de crianças e jovens com diabetes, evita-se maior vulnerabilidade ao Covid-19”, diz Silvia Ramos, coordenadora do Departamento de Nutrição, Exercício e Esportes em Diabetes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) à Agência Brasil.
Portanto, na hora de preparar e montar os pratos dos pequenos, lembre-se de balancear a refeição e fugir de industrializados e alimentos processados. Como alerta Silva, bolinhos prontos, biscoitos com ou sem recheio, achocolatados prontos, refrigerantes, sucos de caixinha e salgadinhos são até práticos, mas pouco nutritivos. E todos, adultos e crianças, precisam de bons nutrientes para fortalecer o sistema imunólogico .
Para ajudar a entender melhor tudo isso, também conversamos com Kian Missaghi, especialista em nutrição do Freeletics. Ele explicou como os alimentos atuam na nossa imunidade:
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Como montar o prato das crianças?
A dica de Silvia é lembrar de usar todos os grupos nas refeições de toda a família, afinal, uma dieta balanceada contribui para manter a imunidade das crianças e dos adultos em dia. São os grupos essenciais:
- Grupo de Carboidratos: fornecem energia e disposição para as atividades rotineiras. Exemplos: pães, torradas, bolos simples, cereais integrais, tapioca, panqueca, biscoitos integrais, tortas, pipoca, dentre outros;
- Grupo de Proteínas: responsáveis pela formação de tecido e músculos fundamentais para o crescimento. E o caso do leite, iogurte, coalhada, queijos e ovos.
- Grupo das frutas e hortaliças: possuem alto teor nutricional e ajudam na de saciedade. Além disso, são práticos para transportar e consumir. Exemplo: Frutas frescas ou secas, tomate, cenoura e pepino.
Outro ponto importante é prestar atenção às quantidades oferecidas aos pequenos. Com a redução da atividade diária – mesmo que seja a atividade escolar, educação física, aulas extras e brincadeiras fora de casa – as crianças e jovens passam a ter uma necessidade menor de alimentos, afirma a nutricionista.
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Dicas para ajudar as crianças a comerem bem
O período de quarentena e isolamento pode ser tedioso para adultos e também mudar o comportamento das crianças. Não é fácil manter algumas "ferinhas" dentro de casa, longe da escola, dos amigos e dos avós. E toda essa mudança pode respingar na alimentação, fazendo que a criança não se alimente tão bem e até passe a recusar alguns itens.
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“A ansiedade com a situação pode gerar vontade de comer e, por este motivo, mesmo sem aulas a rotina em casa deve ser planejada e, se possível, com a supervisão de um adulto”, afirma Silvia.
Qual o horário das refeições na escola? Que tal manter isso em casa? Assim a criança já sabe o que vai acontecer, já sabe que determinada hora é o momento da refeição.
Além disso, a coordenadora da SBD destaca que, para as crianças, é importante que as refeições sejam feitas à mesa e que o momento seja focado na alimentação sem outras distrações.
Mais uma boa ideia, já que toda a família está em casa, é envolver a criança no preparo das refeições .
E no caso de bebês?
Para aqueles bem pequenos, que ainda não começaram a introdução alimentar, o melhor é seguir com a amamentação para manter a imunidade em dia.
A enfermeira obstetra e consultora em amamentação Cinthia Calsinski, da Unifesp, lembra que a própria Sociedade Brasileira de Pediatria indica que o aleitamento deve ser seguido, justamente por ser uma fonte de nutrientes e anticorpos importante para o bebê.
"Não existe relato de transmissão do coronavírus pelo leite materno. Até a mãe infectada deve manter o aleitamento, uma vez que anticorpos inespecíficos e específicos do COVID-19 passam pelo leite melhorando a imunidade do bebê ", orienta Cinthia.
O que vale são cuidados de higiene já que o vírus é transmitido pela saliva e por secreções como as nasais. Além disso, a mãe pode ter coronavírus e não apresentar sintoma. Ou seja, a prevenção é o melhor caminho. "É recomendado que a mãe use máscara cirúrgica durante a amamentação e higienize muito bem as mãos com água, sabão e álcool gel antes do contato com o bebê", fala Cinthia.