Conheça os golpes pseudofeministas
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Conheça os golpes pseudofeministas







Em diversos grupos de mulheres  em redes sociais são propagados valores espirituais, místicos, de auto-ajuda e de sororidade . Entretanto, por trás de um discurso aparentemente feminista, geralmente ligado ao sagrado feminino, existem práticas que podem prejudicar mulheres, tanto financeiramente como também em relação à saúde. Confira algumas delas e fique atenta.




Tear dos sonhos


O Tear dos sonhos, conhecido também como Mandala da Prosperidade, promete para as mulheres uma evolução financeira e espiritual. São comunidades em que cada mulher contribui com uma quantia para entrar, em torno de R$ 5 mil, para realizar o sonho de outra mulher até chegar a sua vez de receber um valor em torno de R$ 40 mil. 

Nessa dinâmica, a mulher vai subindo de nível de acordo com os elementos ar, fogo, terra e água e devem sempre trazer outras mulheres para participar do grupo. Em tese, todas as mulheres a seu tempo seriam beneficiadas financeiramente para realizarem seus sonhos.  Porém, o esquema nada mais é do que um golpe financeiro.

“É uma espécie de estelionato massivo, uma pirâmide financeira, sob a roupagem de um discurso feminista. Trata-se de uma prática não sustentável, que depende do ingresso de novos membros, só seria possível todas as participantes obterem lucro se a população feminina fosse infinita”, explica a advogada especialista em direito das mulheres, Samantha Meyer.

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Segundo a especialista, as mulheres que estão passando por situações de vulnerabilidade são o alvo dessa dinâmica. “Trazem uma narrativa sedutora, espiritual e acolhedora, fazendo com que essas mulheres se sintam valorizadas e participantes de um grupo. Eles desenvolvem o sentimento de pertencimento e auto-estima dessas mulheres”, explica. 

Cursos e serviços caros e sem formação

Existem muitos cursos e serviços voltados para mulheres que são vendidos em grupos de Facebook ou perfis do Instagram. “O oferecimento de cursos e serviços por profissionais não habilitados ou pessoas sem a devida formação voltados para o público feminino tem aumentado vertiginosamente e representam um perigo para as mulheres”, afirma.

Entretanto, Samantha aconselha examinar o currículo e a trajetória desses profissionais antes de fechar negócio. Ela aconselha atenção especial no caso de cursos como massagem tântrica e reiki oferecidos por homens. Neste caso, também é recomendável procurar indicação de clientes anteriores para evitar cair em armadilhas de abusadores.


Cuidado com a vaporização uterina

A vaporização do útero é uma terapia que consiste em expor a vagina a um vapor de água quente, fervida com ervas medicinais. Acredita-se que essa prática traz benefícios como aumento da fertilidade e lubrificação. Entretanto, Lilian Fiorelli, Uroginecologista, especialista em Sexualidade Feminina e colaboradora da Plataforma Sexo Sem Dúvida, desmente esses benefícios.

“Não é vaporização uterina, o vapor pode chegar nas pernas, na região da vulva e eventualmente na entrada da vagina. Mas não é algo que vai chegar no colo do útero, energizar o ovário, melhorar a fertilidade ou ajudar na lubrificação a longo prazo, como muitos acreditam”, explica. 

A prática pode ajudar na proliferação de bactérias e fungos e em problemas como candidíase e causar queimaduras, se tiver contato com a água. Em relação à absorção dos benefícios de cada erva, ela diz: “A mulher vai ter uma melhor absorção do princípio ativo se tomar um chá do que pelo vapor vaginal”. 

Yoni Eggs

Outra prática que está em alta são os Yoni Eggs, cristais em formatos circulares que são inseridos no canal vaginal com o objetivo de exercitar os músculos da região (pompoarismo). É necessário ficar atenta, já que muitas vezes, são vendidas pedras ou resinas no lugar de cristais. Além disso, por ser feita de modo artesanal, os cristais podem quebrar, ter ranhuras e microfissuras que oferecer risco de infecção bacteriana. 

“É contraindicada para pessoas que não conseguem fazer as contrações e o relaxamento, pois você pode não conseguir tirar ou perder o ovo. Tem práticas de energização que recomendam ficar por uma semana com ele dentro da vagina e não é algo que a gente recomenda, pois pode causar infecção”, explica Lilian.

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