O que começou com uma dieta se transformou em um grave transtorno alimentar que quase levou a influenciadora digital Megan Crabbe à morte. Em busca de um corpo “perfeito”, ela desenvolveu uma anorexia e só conseguiu reverter à situação ao encontrar no Instagram uma onda de mulheres que amam o seu corpo do jeito que ele é.

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Megan Crabbe sofreu com a anorexia, mas conseguiu superar isso ao se deparar com o termo
Reprodução/Instagram
Megan Crabbe sofreu com a anorexia, mas conseguiu superar isso ao se deparar com o termo "body positive"


Segundo informações do portal britânico “The Sun”, Megan, que atualmente tem 23 anos, começou a se preocupar com o corpo ainda na infância. “Tudo começou na escola primária quando eu sabia que era mais gordinha do que todos os outros. Muito jovem eu já absorvi a ideia de que ser gordo é ruim e eu levei essa mensagem para o coração”, diz a influenciadora digital que superou a anorexia .

Aos 12 anos, Megan só comia cereais na hora das principais refeições e conforme o distúrbio alimentar foi progredindo ela passou a comer apenas algumas frutas por dia. Os pais dela, Amanda e Biff, ficaram extremamente preocupados e quando levaram a filha ao médico descobriram o que estava acontecendo: ela estava com anorexia. A jovem foi encaminhada ao psicólogo, mas mesmo assim continuou perdendo peso.

“Minha menstruação parou, meu cabelo começou a cair e eu sentia frio o tempo todo. Eu estava comendo quase nada e lutando contra o vício de fazer exercícios para tentar perder mais peso”, lembra Megan. “Eu não achava que alguma coisa estava errada. Mas as coisas ficaram tão ruins que meu pai me levou para a unidade de psiquiatria infantil e passei os próximos dez meses dentro e fora da enfermaria.”


Após a influenciadora digital ser colocada de repouso e passar a se alimentar por sonda, os médicos recomendaram que os pais começassem a dizer adeus à filha, pois os especialistas acreditavam que os órgãos de Megan, que não estavam funcionando bem, não iam se recuperar.

“Meu pai olhou para mim e começou a chorar. Foi quando eu soube que tinha que mudar pela minha família – foi então que comecei a me alimentar com comida e parei de me exercitar para não emagrecer”, conta Megan. Ela até conseguiu ficar fisicamente saudável, mas a mente estava longe de se recuperar e, com isso, passou a adolescência toda fazendo dietas e sofrendo com o efeito sanfona.

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“Eu troquei anorexia por compulsão alimentar”, explica ela. “Comecei a viver em um ciclo de dieta e compulsão, perdendo e ganhando peso. Mas em ambos os lados do espectro, meu corpo nunca foi bom o suficiente. Mesmo quando atingia meu peso ideal, eu olhava no espelho e achava que precisava perder mais dez quilos. Sempre quis mudar alguma coisa sobre o meu corpo e acreditei que ficaria feliz quando o fizesse.”

Dando adeus à anorexia


Com 18 anos, as coisas finalmente começaram a mudar, foi quando Megan conheceu seu namorado Bem e o rapaz a apoiou durante toda essa luta com o peso. E, dois anos depois, aconteceu algo que foi fundamental para a jovem se recuperar, ela descobriu a hashtag “ body positive ” no Instagram e viu pela primeira vez viu mulheres amando seus corpos e não se importando com os “padrões” que impõe que ser magra é o “certo”.

“O dia em que tudo mudou para mim começou normal, segui minha rotina: pílulas dietéticas, um suco de couve e um treino cansativo. Bom, ai eu fui ver o Instagram para encontrar alguma inspiração fitness e, ao invés disso, encontrei algo que eu nunca tinha visto antes: uma foto de uma mulher usando biquíni, rindo e confiante. Ela estava abraçando partes de si mesma que eu passei a minha vida odiando”, comenta.

O choque foi grande e ela sentiu o impacto na hora. “Uma rachadura se abriu nos meus próprios alicerces e passei a acreditar em mim mesma, porque aqui estava uma mulher dizendo que era possível amar seu corpo do jeito que ele é. Isso me surpreendeu”. Inspirada, Megan foi à procura de mais mulheres como ela e rapidamente ela fez amizade com muitas outras garotas que pregam o amor próprio.

Chamadas de “Irmãs da pizza para a vida”, essas mulheres se desafiavam a cada semana publicar uma foto que teriam medo de postar. “Então, eu criei uma conta no Instagram, e postei fotos de mim mesma com meu kit de ginástica. Um troll comentou: 'Você parecia melhor com um distúrbio alimentar'. Doeu, mas eu o bloqueei.”

Agora, quatro anos depois, a comunidade da qual Megan faz parte cresceu e ela passou a fazer sucesso na rede social, somando hoje mais de 1,1 milhão de seguidores. “Aprendi a amar meu corpo e usei meu Instagram para ajudar os outros a fazer o mesmo. Estou impressionada com os comentários adoráveis ​​que as pessoas me mandam – e eu aprendi a ignorar os trolls”.

A influenciadora digital gosta de passar mensagens positivas como estas para as pessoas:

  • Seu corpo permite que você experimente o mundo, faça memórias e sinta as coisas. Saiba que seu corpo é digno do seu amor;
  • Você não precisa gastar sua vida tentando perder peso. Você tem permissão para abraçar o corpo que tem e é digna do espaço que ocupa no mundo.
  • Todos os corpos, independentemente da forma, tamanho, cor, sexo, idade ou habilidade, merecem respeito;
  • Ninguém foi colocado na terra para fazer dieta ou atender uma beleza ideal. Use a energia que você economiza para viver seus sonhos.

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“Foram meses no hospital com anorexia , hoje ajudo mulheres a amarem seus corpos”, conclui Megan.

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