O termo inglês "fat shaming" significa "o ato de fazer piada ou críticas à uma pessoa gorda só por causa de seu peso ou aparência" e, apesar de muitas vezes vir disfarçado de "brincadeira" ou "crítica construtiva", ainda é algo que acontece bastante e pode prejudicar - e muito - a autoestima da pessoa alvo do comentário. E foi para rebater esse tipo de atitude que movimentos pela aceitação do próprio corpo, como o "body positive", surgiram. 

Michelle decidiu discutir como o 'fat shaming' acontece dentro das academias, se contrapondo ao movimento 'body positive'
Reprodução/Instagram/scarrednotscared
Michelle decidiu discutir como o 'fat shaming' acontece dentro das academias, se contrapondo ao movimento 'body positive'



Foi para falar de "fat shaming" e defender o " body positive " que a influenciadora britânica Michelle Elma compartilhou uma foto usando roupa de academia. Sem medo de mostrar a barriga, ela levantou um debate sobre como pessoas gordas sempre são criticadas por começarem a fazer exercícios físicos e como, de alguma forma, a prática dessas atividades só tivessem um objetivo: emagrecer e ter um corpo definido. 

"Vi um post outro dia que dizia 'nunca ria de uma pessoa gorda na academia . Eles estão melhorando a si mesmos e isso deveria ser um sinal de coragem'. Realmente, você chegou muito perto do que deveria dizer, mas perdeu alguns pontos importantes:

  1. Nunca ria de uma pessoa gorda. Ponto. Na academia ou em qualquer outro lugar.
  2. Nunca ria de uma pessoa.
  3. Nunca ria de alguém na academia.
  4. Quando você pensa que  não ser 'gordo' é 'melhor', você já assumiu que essa pessoa não é saudável. Saúde não tem nada a ver com aparência.
  5. Só porque você usou a palavra 'gorda' e não 'não-saudável', você já assumiu que todas as pessoas gordas estão na academia para perder peso.

E é isso que causa vários problemas para as pessoas gordas nas academia por aí. Alguns vão por diversão e outros por causa da saúde,  mas como todo mundo sempre foca na questão da perda de peso, praticar exercícios acaba se tornando um clube exclusivo onde as pessoas que não atingem certos 'resultados' não se sentem bem vindas", escreve no Instagram. 

Michelle também comenta sobre como malhar apenas por questões estéticas ou para perder peso pode  fazer com que as pessoas tenham uma relação pouco saudável com o próprio corpo. "Isso vai fazer com que você desvalorize qualquer resultado que tenha e não seja uma cintura fina, um bumbum grande ou abdome definido."

Segundo ela, um de seus principais objetivos é tornar a academia e outros espaços de práticas de exercícios físicos amigáveis para pessoas gordas, principalmente porque ela quer que essas pessoas se sintam tão bem quanto ela nesses locais. "A academia é meu escape do trabalho, do estresse e do celular. É minha chance de se conectar com o meu corpo e senti-lo", comenta. 

"Pare de punir o seu corpo , de categorizar certos tipos de movimentos como como 'exercícios de verdade', de medir o tempo que você se exercita de acordo com a quantidade de calorias que perdeu e, principalmente, pare de achar que todas as pessoas gordas querem perder peso!"

Outras mulheres que defenderam o 'body positive' nas academias

As modelos Ashley Graham e Callie Thorpe também defenderam o movimento 'body positive' dentro das academias
Reprodução/Instagram
As modelos Ashley Graham e Callie Thorpe também defenderam o movimento 'body positive' dentro das academias

No ano passado, a modelo plus size Ashley Graham respondeu críticas após compartilhar um vídeo de uma série de exercícios que fez na academia. "Toda vez depois de eu postar um vídeo fazendo exercícios, eu recebo comentários como esses: 'você nunca vai ser magra, então pare de tentar', 'não se esforce tanto, você vai emagrecer', 'você ainda precisa da sua gordura para ser modelo', 'por que você quer perder o que te deixou famosa?'", escreveu.

"Só para que todos saibam, eu me exercito para: ficar saudável, me sentir bem, ficar livre do jet lag, esvaziar minha cabeça, mostrar a garotas grandes que nós também podem se movimentar, continuar flexível e forte, ter mais energia. Eu não malho para perder peso ou minhas curvas. Além do mais, amo meu corpo", completou.

Apesar de ter viralizado com o caso, ela não foi a única a defender o movimento de aceitação do corpo dentro das academias. A modelo Callie Thorpe foi  criticada por ser gorda e fazer propaganda para uma marca de artigos esportivos, o que também abriu um debate sobre "fat shaming" dentro de espaços focados em práticas de exercícios. 

"Nós somos condenados se fazemos exercício e somos condenados se não fazemos. Temos de ouvir sermões e comentários sobre nosso peso, mas não merecemos o acesso à saúde ou uma vida 'fitness'. Estou cansada de pessoas maltratando, fazendo piada e rindo de pessoas que se parecem comigo. Eu faço isso [a propaganda] para que as pessoas se sintam inclusas na conversa de que geralmente são excluídas", disse ao defender o " body positive " no Instagram. 

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