Em 2015, a argentina Delfina Carle, hoje com 17 anos, foi diagnosticada com anorexia. Na época, a adolescente não percebia a gravidade de sua doença e chegou a pesar apenas 35 kg. “Eu não me via gorda. Percebi que era magra, mas disse a mim mesma: ‘vamos ver se você consegue ser ainda mais magra?’”, diz, conforme detalhe o jornal Mirror .
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A anorexia foi descoberta quando seus pais a levaram para fazer exames em um hospital em Buenos Aires. Após avaliarem a menina, os médicos não a deixaram ir embora, pois ela estava muito abaixo de seu peso ideal. "Nós três nos abraçamos, minha mãe, meu pai e eu, e choramos. Nunca choramos assim, nós três juntos", conta.
Apesar de ter ficado em choque quando ouviu que estava com o distúrbio alimentar, isso não foi o suficiente para conseguir lidar com a doença . A jovem ficou mais consciente quando seu tubo de alimentação passou por um problema e a alimentação líquida passou a entrar em seus pulmões em vez de seu estômago, deixando-a incapaz de respirar.
Por conta disso, Delfina ficou com sangue saindo de sua boca e nariz e, por isso, pediu que os médicos não colocassem o tudo de volta – e prometeu a eles voltar a comer normalmente. Felizmente, logo começo a engordar. Depois de completar o tratamento de reabilitação, ela recebeu permissão para ir para casa e sua família lhe deu uma grande festa.
Luta da jovem contra a anorexia
Mesmo depois de tudo que passou, a recuperação não foi completa. Após ter saído do hospital, a argentina fingia comer e dava sua comida para os cachorros da família ou a escondia em seus bolsos para jogar fora mais tarde. “Comecei a tomar laxantes, pois senti que precisava me livrar de tudo dentro de mim, mesmo que tivesse comido apenas um biscoito”, expõe.
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No começo, sua mãe a observava tomar seus remédios, mas, depois que ela parou de fazer isso, Delfina começou a jogá-los fora. Além disso, quando ia ao nutricionista para acompanhar sua evolução, bebia muita água ou usava diversos acessórios - como anéis, relógios e pulseiras - para ficar mais “pesada” em uma tentativa de não perceberem que havia perdido peso novamente.
Nesse momento, ela acreditava que nunca iria conseguir superar a condição e que não estava fazendo nada além de causar dor àqueles que a amam. Foi, então, que resolveu mudar. Passou a procurar ajuda online e ensinou a si mesma como estar bem de novo após tudo que viveu. Antes, só pensava em comida o dia todo. Agora, se distrai ouvindo música e lendo um livro.
Jovem quer ajudar outras pessoas que sofrem com a doença
Atualmente, ela está perto do seu peso ideal e aproveitando a vida. Quando sente que os dias sombrios do seu distúrbio alimentar estão de volta para assombrá-la, Delfina analisa as imagens de quando tinha 14 anos. “Eu olho para essas fotos e vejo uma menina triste e deprimida. Uma adolescente que quer morrer”, afirma.
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"Hoje, apesar de não estar completamente feliz com meu corpo, eu luto, luto e vou em frente, e quando me olho no espelho vejo uma garota às vezes feliz, às vezes nem tanto, como todo mundo, né? E, como fui hospitalizada por conta da anorexia , ajudo outras mulheres a amar a pele em que estão”, ressalta.