Quantas vezes você ouviu falar o termo “empoderamento feminino” nos últimos meses? Muito usado quando o assunto é desconstrução de padrões estéticos, sua popularidade fortaleceu a discussão sobre body positive e está ganhando cada vez mais espaço.

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Com a proposta de empoderamento feminino, marca lança campanha publicitária sem representatividade
Divulgação/In The Style
Com a proposta de empoderamento feminino, marca lança campanha publicitária sem representatividade

O que antes parecia ser estranho aos ouvidos, agora está cada vez mais em pauta, seja nas rodas de conversas entre mulheres, notícias de jornais e revistas e até mesmo na publicidade. Porém, é preciso que as marcas fiquem atentas ao verdadeiro significado do conceito, antes de querer usá-lo apenas para “surfar na onda” do empoderamento feminino .

E esse pode ter sido o erro da marca de roupas In The Style, ao divulgar recentemente sua nova linha de lingerie, feita para “mulheres comuns”. A ideia da empresa foi fazer uma campanha publicitária usando fotos de uma modelo mostrando suas “imperfeições”, como eles mesmo definiram, sem retocar as imagens.

Nas redes sociais, a marca publicou um ensaio com a legenda: “Nossa linha de lingerie para o Dia dos Namorados [14 de fevereiro, em alguns países] está agora pronta! Seja sua própria paixão e abrace quem você é. Estamos falando sobre amar suas perfeitas imperfeições e é por isso que não retocamos essas imagens".

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Fotos não representam empoderamento feminino

Mulheres questionam marca sobre empoderamento feminino e empresa afirma que
Divulgação/In The Style
Mulheres questionam marca sobre empoderamento feminino e empresa afirma que "mais está por vir"

No entanto, as fotos mostram uma mulher magra, com cabelos e maquiagem cuidadosamente produzidos e, apesar de mostrar arranhões, algumas marcas naturais na parte da barriga e um tom de pele irregular, a modelo continua sendo muito semelhante a qualquer outra que estampe uma peça publicitária de lingeries.

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O fato de a mulher continuar obedecendo os padrões estéticos impostos pela sociedade não pegou muito bem entre os clientes. Inclusive, fez com que algumas mulheres questionassem a proposta da empresa de aceitação corporal e representatividade , já que a modelo não se assemelha à maioria da população feminina, que não obedece os quesitos de beleza tidos como “ideais”.

"[Eu] não vejo nenhuma imperfeição", disse uma usuária em um comentário. "Amo tudo sobre isso, exceto a palavra ‘imperfeição’”, escreveu outra. "Não devemos usar palavras negativas ao capacitar as mulheres!", alertou uma terceira.

Outras clientes chegaram a sugerir que a In The Style faça a campanha com as próprias compradoras da marca invés de modelos.

"Eu realmente amo a ideia, mas talvez vocês possam usar garotas de todas as formas e tamanhos para modelar suas roupas, talvez vocês possam pedir aos clientes para enviar fotos das roupas que eles usam e postá-las. Seria bom não ver nenhuma celebridade ou modelo do Instagram de vez em quando ", disse uma mulher.

Falando sobre a campanha, a marca prometeu que há "mais por vir" quando se trata de body positive e inclusão. "Como a primeira marca social, estamos muito satisfeitos em poder causar um impacto positivo nesse tipo de coisa!", escreve a empresa.

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"Nós reconhecemos completamente que esta é apenas uma campanha, mas podemos garantir que há muito mais a vir de nós. Nosso foco é positividade corporal, inclusão e, claro, empoderamento feminino e vamos trabalhar duro para levar isso adiante!!!”, continua. "2019 é um grande ano para nós nos concentrarmos em questões sociais como essa e podemos prometer a vocês que ainda há mais por vir!", promete. 

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