A inglesa Courtney Howes, de 18 anos de idade, nasceu com apenas três dedos: o polegar, o indicador e o mindinho. Entretanto, seu dedo polegar não se desenvolveu o suficiente, causando uma deformação na mão esquerda. Mesmo assim, a jovem  nunca havia se incomodado  com a deficiência física até começar a escola, quando passou a sofrer bullying .

Courtney Howes decidiu aceitar a própria deficiência física para ajudar outros jovens a enfrentarem suas inseguranças
Reprodução/Instagram/sophiemayanne
Courtney Howes decidiu aceitar a própria deficiência física para ajudar outros jovens a enfrentarem suas inseguranças


Em entrevista ao "Metro UK", Courtney conta que os colegas de classe do ensino fundamental costumavam fazer perguntas sobre a deficiência física  , encarando e cutucando a mão dela sem permissão. A partir disso, a jovem começou a cobrir a mão da maneira que conseguia, seja usando roupas com mangas longas ou escondendo-a atrás do próprio corpo. 

O bullying fez com que ela se tornasse uma adolescente insegura, que odiava a escola e a si mesma. "Eu estava enfrentando a depressão por anos e essa insegurança fez com que eu me odiasse, me sentisse como se não tivesse valor e que não havia razão para me sentir bem. Eu odiava a escola, me odiava e não me via tendo um futuro. Me enxergava apenas sentada em uma mesa, tentando esconder minha mão. Foi um período muito difícil", relembra.

Isso só mudou cinco anos depois, quando ela foi para a faculdade e decidiu aproveitar o ano como caloura, mas se esforçando ao máximo para não esconder a mão. Dessa forma, Courtney começou a enxergar a deficiência de um jeito diferente, algo que surpreende até a si mesma.  "Conheci dois amigos que me aceitaram logo que nos conhecemos, eles me fizeram perguntas e foi isso. Não foi uma experiência nada dolorosa e comecei a me sentir feliz sobre mim."

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"A jornada foi longa e ainda não terminou, mas a coisa mais importante é que sou feliz assim e consegui me aceitar", diz. "A parte mais difícil foi parar com o hábito de esconder minha mão. Percebi que ela parece estranha e engraçada, algumas pessoas podem rir ou encarar, mas não há nada que eu possa fazer sobre isso. Eu nasci assim e não foi passar a minha vida inteira me escondendo ou tentando 'arrumá-la' porque as outras pessoas não gostam." 

Segundo ela, existem "pequenas desvantagens" e algumas dificuldades a serem enfrentadas no dia-a-dia, mas o objetivo principal de Courtney é a aceitação . "Nesse ponto da minha vida, estou tentando ficar mais confortável na frente das câmeras, porque eu ainda costumo esconder [a mão] e fico desconfortável quando vejo minha sombra ou reflexo na rua." 

O objetivo da inglesa é inspirar outras pessoas, principalmente os mais jovens, a enfrentarem suas próprias inseguranças também. "Espero que um dia eu possa ajudar crianças e adolescentes que querem se esconder ou são inseguros a se preocuparem menos com isso e focar em seus sonhos sem pressões ou inseguranças para colocá-los para baixo."

A deficiência física retratada no projeto "Por trás da cicatrizes"

Courtney participou do projeto fotográfico 'Behind the Scars', sem medo de mostra a deficiência física na mão esquerda
Reprodução/Instagram/behindthescars_/
Courtney participou do projeto fotográfico 'Behind the Scars', sem medo de mostra a deficiência física na mão esquerda

No projeto fotográfico  "Behind the Scars" , traduzido para o português como "Por trás das cicatrizes", a fotógrafa londrina Sophie Mayenne retrata diversas mulheres para mostrar que as marcas do corpo contam a história e que não é preciso ter vergonha delas. 

Courtney foi uma das convidadas para participar dos ensaios e contou sua experiência com a deficiência física em uma foto que recebeu 3, 1 mil curtidas. "Percebi que minha mão não é tão ruim, é uma pare de mim e espeto que minha história ajude outras pessoas a perceberem que você não deveria ter medo de mostrar suas diferenças. Hoje e um dia importante para mim, como eu nunca havia tirado uma foto da minha mão, mas estou orgulhosa disso", disse. 

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