gordofobia é um assunto  que precisa ser discutido, pois acaba afetando diversos âmbitos da vida de uma pessoa gorda, até mesmo no atendimento médico do indivíduo. A comunicadora Flávia Durante, que discute sobre o assunto, levantou uma hashtag sobre gordofobia médica e, desde então, mobilizou usuários a compartilharem relatos de preconceito por seu tipo de corpo.

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"Emagrece que passa" é apenas uma das frases, com a hashtag sobre gordofobia médica, que os usuários já ouviram


Em sua publicação, Flávia exemplifica de forma clara como a gordofobia médica se manifesta. “Amiga gorda na mesa de parto, no momento mais feliz de sua vida, ouviu um médico comentando para o outro: ‘tem anestesia para rinoceronte?’”, conta. “Estou com saco cheio de só falar de beleza, de magra biscoiteira e de discutir quem é plus size ou não, vamos falar mais de #gordofobiamédica”, acrescenta.


Ela ainda faz questão de pontuar que é possível denunciar um médico por qualquer ato de discriminação, seguindo instruções do Conselho Federal de Medicina. Flávia ainda cita o Código de Ética Médica de 2010 que declara que é vedado ao médico tratar o paciente sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.

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Relatos de outras usuárias sobre a gordofobia médica

O preconceito contra pessoas gordas é naturalizado e chega a espaços diversos, evidenciando a gordofobia médica
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O preconceito contra pessoas gordas é naturalizado e chega a espaços diversos, evidenciando a gordofobia médica


Outras usuárias se mobilizaram para subir a hashtag e contaram seus relatos de discriminação na hora do atendimento médico, com  frases sobre o corpo  que não aguentam mais ouvir. Seus depoimentos evidenciam o fato de que o preconceito é naturalizado e alcança espaços inimagináveis, desde uma consulta com um nutricionista até uma consulta com um psicólogo ou um exame de sangue.

“Faço tratamento para depressão há 4 anos. Mudei de cidade e precisei de médico novo. Na primeira consulta, ele disse: ‘Depressão é bobagem. Emagrece que você melhora.’ Levantei e saí”, diz a usuária @monologosmeus.

“Uma alergista se recusou a solicitar um teste alérgico para mim porque, segundo ela, tudo ia melhorar se eu comesse menos! Fora nutricionistas e endocrinologistas ignorando totalmente meu histórico de transtorno alimentar ao prescrever dietas ou medicação”, afirma @irisfigueiredo.

Além de muitas mulheres sofrerem e relatarem que não vão ao médico ou ginecologista há muito tempo por causa da discriminação, os homens também sofrem. “Cheguei uma vez no consultório reclamando de dor nas costas. O médico nem olhou para a minha cara e já disse que a culpa era minha por ser gordo, que se eu tivesse vergonha tinha de correr atrás de melhorar sozinho”, relata o usuário @felipeffc.

A usuária @matryoska ainda mencionou o caso de Ellen Bennett, uma canadense que morreu graças a um câncer diagnosticado tardiamente por causa da gordofobia médica . “Gordofobia mata”, diz, apontando a necessidade de falarmos sobre a pressão estética  e o preconceito sofrido exclusivamente por pessoas fora do padrão.

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