Na semana passada a gente falou de educação emocional e sobre como é importante ajudar o filho a desenvolver o controle de suas emoções. Mas, se você é mãe na real, assim como eu e como a maioria das mães, sabe que nem sempre é fácil nós mesmas termos o controle emocional necessário para trabalhar isso, com calma, em nossos filhos. Nós também temos nossos momentos de perder a paciência e, algumas vezes, até explodir.
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Pois é, a gente sabe que o melhor é conversar com calma com o filho quando ele está naqueles momentos de birra. Sim, isso a gente sabe. Mas o que nós mães e pais esquecemos é que nós também temos nossas histórias, nossas frustrações, nossos medos. Nós trazemos uma bagagem de coisas que nem sempre foram ou são trabalhadas e, quando não sabemos controlar, ou melhor, administrar nossas próprias emoções, fica mais difícil querer ensinar isso ao filho, já parou pra pensar nisso?
"Existem muitos vulcões adormecidos no interior do ser humano. Vulcões estão prontos para entrar em erupção quando menos esperamos: no trânsito, em casa, na conversação rotineira, quando alguém nega um direito que é nosso, e assim por diante", explica Elizabete Santos, psicóloga da escola Meu Caminhar, no Recife, que tem aplicado a metáfora do vulcão para trabalhar a raiva nas crianças. "A figura do vulcão se encaixa na definição de raiva ou ira: 'explodiu de raiva, saiu bufando da sala', conta.
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Isso acontece com todo mundo. Aliás, quase todo mundo. Há quem consiga trabalhar suas emoções e passe com calma por situações difíceis, mas a verdade é que a maioria de nós, pobres mães mortais, nem sempre conseguimos ter esse controle. Aí a gente grita, bate a porta, joga objetos no chão... E – olha só! – estamos ensinando aos nossos filhos que é assim que se deve reagir nos momentos de raiva.
"Por isso, no momento em que você sente a raiva chegando, tente lembrar do vulcão. Daí você vai entender que precisa se acalmar para que não exploda como um vulcão. É aí onde entram as técnicas do auto controle: 'eu preciso parar, me acalmar para só depois ir lá falar com a criança'. É importante que os pais façam isso", diz a psicóloga.
Tem jeito não, mamãe. A gente precisa sim aprender a ter o autocontrole de nossos sentimentos. Precisamos primeiro ser exemplo desse controle emocional. Precisamos primeiro entender os nossos próprios sentimentos e saber como lidar com eles para estarmos aptas a ajudar nossos filhos. Porque no momento em que gritamos com eles ou explodimos de raiva, o motivo quase sempre nem era tão forte para essa nossa reação. Não acontece com você também de, parar depois e pensar: “Poxa, acho que exagerei... O que ele fez nem foi tão grave assim...”?
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Então está na hora de pensar em você primeiro, trabalhar suas emoções primeiro, tentar se acalmar na hora da birra dele e refletir qual a melhor maneira de reagir. Ah, e sempre lembrando, de acordo com o conselho de Elizabete Santos, não custa buscar ajuda de um profissional, se for o caso.