Alguns bebês já ficam em berçários a partir dos 4 meses. Outros, quando a mãe consegue estender a licença-maternidade, ingressam um pouco mais tarde. Mas a grande maioria só começa a ir para a escola no início da educação formal, lá pelos cinco anos. Além disso, alguns passam apenas algumas horas na escola enquanto outros ficam praticamente o dia inteiro. No final, o que é o melhor para a criança?
Não há como responder essa pergunta sem antes falar sobre a necessidade que as mães têm de trabalhar e deixar o filho em algum lugar para ser cuidado. Milhares de mães hoje são as responsáveis financeiras pela família e lutam por uma vaga em creches, berçários e escolas para deixarem os filhos.
E não podemos, aqui, sobrecarregar essas mães, que já são naturalmente sobrecarregadas de trabalho e se sentem culpadas por não poderem estar mais tempo com os filhos. Caso você seja uma dessas mães, pense sempre no que você pode fazer pelo seu filho, e não o que está deixando de fazer por ele.
O bebê nasce completamente dependente da mãe -- no início ele nem consegue se diferenciar dela. Somente com a passagem do tempo ele percebe que ele e a mãe são duas pessoas diferentes. Diante disso, nos primeiros meses a presença da mãe é, sim, muito importante e continuará sendo depois.
Quando a mãe precisa se afastar, para o bebê ela desapareceu. Já os mais velhos sabem que ela vai voltar e se sentem seguros esperando esse reencontro.
Dito tudo isso, vem a pergunta: será que o seu filho não está ficando tempo demais na escola?
A atividade escolar, seja ela presencial ou online, é o que há de mais importante na vida social da criança. É onde ele faz amigos e aprende a conviver com pessoas diferentes das que ele convive em casa.
Você viu?
Cada criança é um caso. Algumas adoram a escola, não querem faltar por nada. Outras detestam e é um verdadeiro sacrifício diário fazer essas crianças estudarem. Levando isso também em conta, é mesmo difícil falar sobre excesso ou falta de escola de uma maneira geral.
É importante que os pais atentem ao fato de que a escola existe para transmitir conhecimento -- e conhecimento nunca é demais --, porém educação quem dá são os pais em casa, não a escola.
Se a criança passa a maior parte do tempo na escola, ela obviamente assimila muito mais nesse ambiente do que próprio lar, e é aí que surge a comparação de como o amiguinho faz as coisas em relação ao que ela faz. A criança está “aprendendo” da maneira dos outros na escola e não da sua pelo pouco tempo que você consegue passar com ela.
Muitas vezes tenho falado aqui sobre tempo de qualidade e não de quantidade. É aquele tempo de atenção total filho, sem interferências de outras pessoas, ambientes ou eletrônicos.
Passar o dia inteiro na escola é realmente tempo demais, principalmente se consideramos a importância da convivência em família. Mas, por outro lado, se a criança está em casa e a mãe está super atarefada com as demandas do lar e não consegue dar atenção para ela, tudo se complica. Não há alimento suficiente, o ambiente é confuso e, além de tudo isso, existem discórdias e brigas na família. Estar na escola o dia inteiro, nessa situação, seria realmente tempo demais?
Dar uma ocupação para o seu filho em um ambiente saudável é bom, mas os pais não devem terceirizar a escola aquilo que deve ser feito em casa. Se seu filho passa o dia inteiro na escola, ainda assim fique atenta para que ele tenha intervalos de descanso, horário de brincar e horários de alimentação. Também reserve alguns minutos em casa para dar atenção a ele.
Além do básico, que é moradia e alimentação, a criança não precisa de muito mais de seus pais, sejam eles ricos ou pobres. Independente de raças e religiões, a criança precisa de atenção, essa atenção que nós comumente chamamos de amor .