Os filhos seguem exemplos, imitam e tentam copiar o que aprendem dentro de casa. O exemplo, seja um bom ou ruim, é a herança que você, mãe, vai deixar para seus filhos.
O filho pode ser superprotegido ou criado “largado”, ele absorve a maneira como é tratado e aprende a ser igual ou ainda pior porque carregará com ele toda a carga negativa de uma criação inadequada e as cicatrizes que ela pode provocar a longo prazo.
Se você for uma mãe dominadora, que não deixa espaço para erros e acertos, o tipo de mãe que faz tudo pelo filho antes mesmo dele solicitar, uma mãe que tem cuidado em excessivo com tudo que se relaciona a seu filho, você criará uma criança fraca emocionalmente, uma criança que se tornará um adulto indefeso diante da vida.
Já se você for uma mãe que deixa o filho muito solto, que nunca interfere, o tipo de mãe que basicamente quer ver o filho “feliz” e por isso nunca diz não, ou nunca diz nada a respeito do que ele está fazendo, você criará uma criança carente e provavelmente insegura, um adulto que não está acostumado a julgamentos e está sempre procurando alguém que lhe dê atenção.
Mas então existe uma medida certa, uma única regra para criar um filho?
Não, não existe. Ainda não foi criado um medidor de saúde mental dos pais e dos filhos para saber se o que fazemos está ajudando ou prejudicando as crianças hoje e quais serão as consequências no futuro.
Já que uma única regra não existe, o que podemos fazer é tentar não transferir nossos problemas para nossos filhos. Além disso, não devemos almejar transformar nossos filhos numa extensão de nós mesmos.
Você viu?
Procure reconhecer em você “coisas” que vem de seus pais, boas ou ruins, fatos que marcaram sua infância, situações ótimas, as quais você quer repetir com seus filhos, e também acontecimentos péssimos que você não quer que se repitam com seus filhos jamais.
Quando você reconhecer em si mesmo uma atitude parecida com outra que já foi tomada por seus pais, tente quebrar o padrão. Lembre-se que seu filho é um ser único. Os pais mudaram, a geração mudou, o mundo mudou.
Você recebeu uma herança de seus pais, a qual você deve somente agradecer. Coisas boas e más fizeram com que você se tornasse o que é hoje, mas essa herança é sua, não de seus filhos. Já a herança que você vai deixar para seus filhos deve ser uma herança sua - e não só de coisas boas, haverão coisas ruins também -, mas seu filho não deve ser uma continuação de você e seus problemas emocionais. Ele tem que ter uma história única, e você é responsável por isso.
É possível que vários de seus problemas emocionais, até mesmo os que você ainda desconhece, venham de seus pais. Claro que eles não quiseram causar isso em você, mas causaram. Entretanto, você tem uma grande vantagem sobre eles: você está tentando conhecer mais o assunto, está se informando. Com isso, você pode fazer com que a história do seu filho seja diferente da sua.
Não existe receita mágica, mas alguns passinhos podem te ajudar.
- não controle demais seu filho
- evite cuidados em excesso
- participe da vida da criança de maneira a direcionar e não a obrigar
- mostre caminhos e deixe que ele decida
- deixe que ele erre e aprenda
- lembre-se de que o que é bom para você pode não ser tão bom para ele
O que seu filho realmente necessita é de amor e limites.