A empresária Jussara Couto, de 38 anos, chamou a atenção na última semana por se tornar a primeira pessoa a ter um casamento sologâmico no Brasil , ou seja, a se casar com ela mesma. A cerimônia aconteceu em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Jussara Couto se casou com ela mesma dia 26 de maio, e desde então o assunto repercutiu na internet
Bitar e Paiva
Jussara Couto se casou com ela mesma dia 26 de maio, e desde então o assunto repercutiu na internet


Jussara conversou com o Delas e disse que a vontade de protagonizar um casamento sologâmico surgiu em 2018, depois de atingir um certo nível de maturidade. O pensamento, entretanto, começou a ser colocado em prática em janeiro deste ano. “Eu compreendi que eu sou uma mulher forte, uma mulher feliz, que eu posso ser feliz sozinha”, explica.

A mulher conta que sempre “emendou” um relacionamento no outro, e que isso também a levou a considerar ainda mais a ideia de se casar com ela mesma . “Nunca tive a oportunidade de estar comigo, e nesse último ano eu estive muito comigo. Aí me veio essa vontade de celebrar, sabe, de comemorar”, complementa ela.

Não existe padrão para ir ao altar

Jussara, que foi ao altar sozinha, enfatiza que não foi uma desilusão amorosa que a fez ter vontade de casar com ela mesma
Bitar e Paiva
Jussara, que foi ao altar sozinha, enfatiza que não foi uma desilusão amorosa que a fez ter vontade de casar com ela mesma


Não, não foi uma desilusão amorosa que a levou a se casar sozinha. De acordo com ela, o que ocorreu foi um aprendizado: entender que o padrão de que “relacionamento é para sempre” não funciona para todos.

“Eu sempre entrei nos relacionamentos achando que tinha que ser para sempre, e quando eu vi que não era para sempre eu me senti um pouco fracassada, e tinha medo de ficar sozinha. Então, nesse último ano, eu descobri que relacionamento não tem que ser para sempre. O que tem que ser para sempre é o amor que a gente tem por nós”, afirma a empresária.

“Os relacionamentos vêm e vão, mas o ideal é que a gente já entre em um relacionamento se amando, até para poder dar amor. A gente tem que ser completo, não tem que procurar ninguém para completar a gente”, continua a mulher.

Para ela, esses fatores fizeram a diferença na tomada de decisão. “Eu compreendi isso: eu sou uma pessoa completa, feliz sozinha , e que quando vier alguém para estar junto, essa pessoa vai vir só somar”.

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O casamento virou negócio

Os convidados do casamento de Jussara receberam um carimbo com os dizeres:
Bitar e Paiva
Os convidados do casamento de Jussara receberam um carimbo com os dizeres: "Eu me amo"


Esse desejo de se casar e celebrar o amor próprio despertou o espírito empreendedor da amiga Dani Cerqueira. “Ela tem um olhar muito mais comercial do que o meu, ela tem um olhar de criar ideias, de colocar em prática as coisas, e sugeriu que a gente fizesse disso algo que fosse profissionalmente interessante para a gente”, diz Jussara.

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As duas descobriram que esse tipo de casamento já existia fora do País, sendo comum nos Estados Unidos e na Austrália, por exemplo. Decidiram, então, criar a Eu Comigo Eventos.

Segundo Jussara, a empresa nasceu com o objetivo de realizar casamentos sologâmicos pelo Brasil afora, falar sobre o amor próprio e ajudar e inspirar pessoas no processo de “se amar e nesse encorajamento de assumir isso perante a sociedade”.

Diferenças entre um casamento e outro

Jussara explica que o casamento sologâmico não anula a possibilidade de se casar com outra pessoa
Bitar e Paiva
Jussara explica que o casamento sologâmico não anula a possibilidade de se casar com outra pessoa


Jussara Couto esclarece que são poucas as diferenças entre um casamento tradicional e um sologâmico. “Não tem noivo, o resto a gente pode fazer tudo igual”, conta.

Além disso, esse tipo de casamento não tem validade jurídica, ou seja, é um ato simbólico. “É a celebração do amor por você. Não é um casamento que pode ser feito em cartório e nem dentro de uma igreja, por exemplo”, acrescenta a empresária, enfatizando que ele não anula a possibilidade de se casar com outra pessoa.

O Brasil tem mercado para o casamento sologâmico?

Ela abriu a empresa para disseminar esse tipo de casamento e ajudar outras pessoas a celebrarem o amor próprio
Bitar e Paiva
Ela abriu a empresa para disseminar esse tipo de casamento e ajudar outras pessoas a celebrarem o amor próprio


Depois do casamento da empresária com ela mesma o tema foi amplamente abordado nas redes sociais, e a mineira destaca que aumentou a procura por essa cerimônia. O perfil geral, segundo ela, são mulheres e o público LGBT. Contudo, Jussara ressalta que todos podem ter um casamento consigo mesmos, inclusive pessoas que já estão em um relacionamento.

“Pessoas compreenderam que elas podem ser felizes sozinhas ou que, às vezes, nem precisa estar sozinho, pode ser uma pessoa que já seja casada ou que queira se casar ainda. Realmente não tem a ver com o outro, mas tem a ver com a gente mesmo, o momento de vida que a gente está passando. É algo muito individual”, pontua.

“Estou evitando olhar comentários”

Depois de se casar, Jussara Couto relata ter recebido muitas mensagens, tanto positivas quanto negativas
Bitar e Paiva
Depois de se casar, Jussara Couto relata ter recebido muitas mensagens, tanto positivas quanto negativas


Depois da cerimônia de casamento sologâmico , a empresária afirma ter recebido muitas mensagens, tanto positivas quanto críticas, mas diz que evita olhar os comentários. “Os [comentários] positivos eu recebo via WhatsApp e até pelo meu Instagram mesmo, pessoas me parabenizando, pessoas compartilhando do mesmo momento de vida que eu ou pessoas que se admiraram e querem saber como eu cheguei a esse ponto”, celebra ela.

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“Os negativos eu procuro não ver. Respeito, cada pessoa tem uma opinião. Não me incomoda os comentários negativos porque eu sei que eu sou, eu sei o que eu estou fazendo, sei da minha essência, e para mim é isso que importa. O que me importa hoje é a minha opinião”, destaca a mulher.

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