Uma mulher só pode se sujeitar a ser stripper caso esteja em uma situação financeira desesperadora e boa parte delas não estuda, certo? Errado. Estes são apenas alguns dos estereótipos mais comuns a respeito de mulheres que fazem esse tipo de trabalho, e a dançarina erótica Jacq tem usado a arte e a criatividade para criticá-los.
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Com mais de 131 mil seguidores em sua conta no Instagram, a stripper usa humor e ironia em diversas ilustrações buscando ironizar situações às quais mulheres que trabalham com sexo e erotismo em geral costumam ser submetidas. Além das postagens na rede social – que rendem milhares de curtidas – ela tem quatro livros publicados, todos seguindo a mesma linha.
Vida de stripper, arte, preconceito e consenso
Antes de começar a dançar, Jacq já era escritora. Hoje, ela também é ilustradora e comediante, e, além dos quatro livros publicados, também faz apresentações de stand up. Conforme explica em entrevista à “Cosmopolitan”, ela entrou para o ramo das strippers há seis anos quando estava na Austrália. Desde então, ela passou por diversos lugares e, hoje, vive em Nova York com a namorada.
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Apesar de haver mulheres que trabalham com dança erótica por necessidade, Jacq garante que esse não é o caso dela. A moça descreve a experiência de atuar no ramo como a melhor coisa que já lhe aconteceu pelas mulheres com quem trabalha e pelos lugares que pôde conhecer com a profissão, mas deixa claro que lidar com esse público nem sempre é algo fácil.
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Uma das questões que ela mais critica é o fato de que, dadas as circunstâncias do trabalho, as mulheres são constantemente desrespeitadas. “Somos pessoas fazendo um trabalho. É frustrante e parte o coração ser tão desrespeitada pelo público em geral apenas por fazer um trabalho”, afirma Jacq. Outra questão levantada por ela é o preço cobrado pelo strip.
“Mulheres dançando por aí peladas para o seu entretenimento devem cobrar bastante. Strippers pagam para usar o local e fazer o trabalho delas”, explica. Nas ilustrações , ela também critica outros hábitos de clientes e de quem tem preconceito com a profissão, como homens que perguntam “o que uma garota como você está fazendo em um lugar assim?” e pessoas que as tratam como “psicólogas” por serem sexualmente bem resolvidas.
A questão do consenso também é abordada pela ilustradora e stripper em vários desenhos. Na primeira das imagens acima, uma mulher é mostrada dizendo: “Toque em mim novamente e eu vou quebrar tanto seus dedos que você nunca mais vai conseguir se masturbar”. Logo abaixo, há a frase: “Consentimento! É muito mais sexy do que uma ida ao pronto socorro”.