O que você faz quando quer perder peso? A maioria das pessoas costuma procurar por dietas “milagrosas” e acabam adotando uma alimentação bem restritiva. Obviamente, não é possível manter esse tipo de dieta a vida toda e a pessoa acaba caindo no velho efeito sanfona, além disso, isso pode causar danos à saúde e ainda estimular a compulsão alimentar.
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As dietas milagrosas sustentam a ideia de que é possível emagrecer em pouco tempo e, para isso, a pessoa precisa parar de comer carboidrato, cortar alimentos com glúten ou passar semanas comendo apenas proteína. Tudo isso pode até trazer um resultado rápido, mas acaba prejudicando o organismo.
A especialista em obesidade Gladia Bernardi, autora do best-seller “Código Secreto do Emagrecimento”, explica que antes de começar a fazer mudanças na alimentação é preciso estar com a mente preparada para isso.
“A emoção é um dos sabotadores mais comuns entre as pessoas obesas. Qualquer sentimento negativo – seja tristeza, raiva, ansiedade, nervoso, frustração, estresse, preocupação ou medo – aciona gatilhos mentais que incentivam a busca por alívio, prazer ou recompensa através da comida”, diz a profissional.
Para se livrar desses gatilhos, que são vistos como os verdadeiros responsáveis pelo ganho de peso, Gladia diz que é necessário identificar quais são os seus sabotadores e buscar reprogramá-los para conseguir mudar os hábitos alimentares. “Por isso, não adianta nada passar três meses restringindo o cardápio para, depois de alcançar o resultado desejado, voltar a descontar as emoções na alimentação”, alerta.
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No livro escrito pela profissional, há uma pesquisa exclusiva realizada pelo Health Coaching International Institute que indica os impactos das emoções na hora de escolher o que vai comer. O levantamento mostra, por exemplo, que 61% dos entrevistados acabaram comendo mais do que deviam porque estavam desconfortáveis com suas questões emocionais.
“Para 60% das pessoas, a comida também é considerada um padrão de afeto familiar, um exemplo é dizer que não consegue recusar a comida da mãe. Tudo isso mostra que os gatilhos mentais são a principal causa da obesidade”, acrescenta a especialista.
Por conta do lado emocional, é muito difícil adotar um estilo de vida saudável e quando bate aquele desespero para emagrecer é comum procurar por dietas milagrosas na internet. Entretanto recorrer ao caminho mais fácil não vale a pena e a especialista em emagrecimento lista as desvantagens que isso traz para o seu corpo. Veja:
1. Dietas milagrosas fazem mal à saúde
Essas dietas milagrosas são cheias de restrições e, por isso, garantem um emagrecimento rápido, mas não são nem um pouco saudáveis. Gladia explica que para proporcionar resultados impressionantes, esses regimes costumam usar uma estratégia perigosa: limitar a alimentação . O problema é que consequentemente reduz drasticamente a quantidade de calorias e nutrientes no corpo.
“Essa estratégia provoca uma imensa perda de peso, mas isso corresponde a um emagrecimento e qualidade de vida falsos, já que, muitas vezes, deixamos de ingerir alimentos como arroz, batata e pão, ao mesmo tempo em que há um consumo muitas vezes excessivo de proteína, o que pode prejudicar o organismo”, alerta a especialista.
2. Alguns alimentos sempre são apontados como “vilões”
Outra coisa comum nessas dietas milagrosas é que elas focam apenas em um único grupo ou tipo de alimento, como a dieta da sopa, da proteína, da água, entre outras tantas similares. A ideia é fazer com que a pessoa associe alguns grupos de alimentos como grandes “vilões” para quem quer emagrecer – os carboidratos estão sempre nesse grupo do mal.
“É preciso manter um equilíbrio e entender que aquele alimento calórico só irá engordar se a pessoa comê-lo com sentimento de culpa, como uma válvula de escape e se deixar levar pela compulsão alimentar, sem nenhum controle. Por isso, eu sempre falo que o segredo do emagrecimento definitivo é se livrar dos gatilhos mentais que fazem as pessoas descontarem as emoções na comida”, pontua Gladia.
3. Essas dietas causam mais compulsão alimentar
A partir do momento que alguns alimentos se tornam “proibidos”, a vontade de comer o que foi retirado da dieta aumenta e as chances da pessoa cair em uma compulsão alimentar é bem maior do que as chances daquela pessoa que não faz nenhum tipo de dieta.
“Isso significa que se a pessoa resolve comer um pedacinho de chocolate acaba pensando que, como já saiu mesmo da dieta e comeu algo ‘proibido’, é melhor devorar logo uma barra inteira. Ou seja, restrições em excesso estimulam a compulsão”, explica a especialista.
De acordo com Gladia, não é necessário deixar de comer um pedaço de chocolate ou uma fatia de pizza, mas é preciso entender que comer é uma necessidade e não uma válvula de escape, ou seja, você comer para viver e não vive para comer. “No meu livro, foco em como se livrar dos sentimentos de culpa e digo que todos são capazes de emagrecer sem esforço”, comenta.
4. Não são dietas sustentáveis
Como possuem muitas proibições e pouca variedade de alimentos, essas tais dietas milagrosas não são sustentadas por muito tempo e a explicação é simples: ninguém aguenta comer somente um tipo de alimento por semanas ou meses. O que acontece também é que muitas pessoas passam mal com essas dietas ou desenvolvem problemas de saúde por conta do cardápio restritivo.
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“Essa é só mais uma prova de que aderir a esse tipo de dieta não vale a pena. O indicado é tratar a questão da obesidade e da compulsão alimentar pela raiz”, finaliza Gladia que é contra a essas dietas “milagrosas” e a favor de uma reeducação alimentar consciente.