Jovem procura 5 médicos até encontrar tratamento para endometriose
Reprodução/Tiktok/@isa.abrahao
Jovem procura 5 médicos até encontrar tratamento para endometriose

A influenciadora digital Isadora Abrahão, de 22 anos, conhecida por compartilhar sua rotina fitness com mais de 2 milhões de seguidores, abriu o coração sobre a batalha que enfrenta contra a endometriose, condição ainda pouco compreendida e muitas vezes negligenciada.

Isadora contou que, apesar de sempre ter levado uma vida ativa e saudável, começou a perceber mudanças em seu corpo em 2024.


O primeiro sinal de alerta foi a constipação. Pequenas alterações na alimentação já afetavam seu intestino, deixando-a preocupada. Aos poucos, surgiram outros sintomas: dor durante relações sexuais, oscilações de humor e uma fadiga intensa.

Após buscar ajuda médica, Isadora realizou exames de mapeamento de endometriose e ressonância magnética da pelve. O diagnóstico veio em dezembro: focos de endometriose estavam presentes próximos ao intestino e à região lombar, afetando seu bem-estar de forma significativa.

Para lidar com a condição, ela passou por cinco médicos até encontrar o tratamento mais adequado, que hoje combina terapia pélvica, acompanhamento hormonal, dieta e suporte psicológico

A importância da conscientização

A experiência motivou Isadora a usar suas redes sociais para falar sobre a doença. 

Ela também destacou o impacto do desconhecimento sobre a doença entre familiares e parceiros. 

Segundo especialistas, os sintomas podem variar bastante, o que contribui para a demora no diagnóstico. O ginecologista obstetra Jardel Pereira Soares, autor do livro "Descomplicando a endometriose", aponta sinais que merecem atenção, como cólicas intensas, dor pélvica crônica, dor durante relações sexuais, dificuldade para engravidar, desconforto ao urinar, dores irradiadas para membros inferiores e fadiga associada a alterações emocionais.

A Organização Mundial da Saúde estima que entre 10% e 15% das mulheres em todo o mundo têm endometriose. No Brasil, a doença afeta cerca de 8 milhões de mulheres, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE).

O desafio do diagnóstico

Um dos principais problemas, segundo Soares, é o atraso na identificação da doença, que pode chegar a uma média de 7 a 10 anos para mulheres adultas e até 14 anos em adolescentes. Ele alerta que a dependência exclusiva de exames de imagem, sem avaliação física detalhada, prejudica o diagnóstico.

“O exame físico é fundamental para localizar nódulos, aderências e áreas dolorosas. Ignorar essa etapa desumaniza o atendimento e pode aumentar os custos desnecessariamente” , explicou.

O especialista reforça que atenção aos sintomas, acompanhamento multidisciplinar e conscientização são essenciais para reduzir o sofrimento e melhorar a qualidade de vida de pacientes com endometriose.

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