
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) aprovou a inclusão do DIU hormonal (Mirena) no Sistema Único de Saúde para o tratamento de pacientes com endometriose. A decisão, publicada no Diário Oficial da União na última semana, estabelece que o dispositivo será destinado a mulheres que não podem usar contraceptivos orais ou não tiveram sucesso com esse método.
O SUS terá até seis meses para disponibilizar o tratamento em todo o país, conforme prazo estabelecido para a oferta de novos medicamentos e procedimentos.
A endometriose, que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil, ocorre quando o tecido endometrial se desenvolve fora do útero, causando dor e outros sintomas. O DIU hormonal age liberando levonorgestrel, um hormônio que reduz a espessura do endométrio e diminui os efeitos do estrogênio.
Além da contracepção: múltiplos usos do DIU
O dispositivo intrauterino não serve apenas para prevenir gravidez. Ele também é indicado no tratamento de cânceres ginecológicos, fluxo menstrual intenso e até como terapia de reposição hormonal na menopausa. Em casos de contraindicação hormonal, o DIU de cobre pode ser uma alternativa.
Outra aplicação pouco conhecida é a contracepção de emergência: se inserido em até 72 horas após a relação sexual, o DIU pode evitar uma gestação, com eficácia comparável à laqueadura. No entanto, embora as chances de falha sejam baixas (de uma a cinco em cada mil mulheres), quando ocorre uma gravidez com o dispositivo no lugar, a remoção pode ser necessária para reduzir riscos à gestação.