
Iara Chrestan enfrentou meses de sofrimento devido a dores de cabeça intensas e perda de visão, sintomas que atribuiu inicialmente ao estresse causado por um ambiente de trabalho abusivo. No entanto, após uma série de exames, ela descobriu algo muito mais grave: um tumor cerebral que exigia cirurgia imediata. Em entrevista ao iG Delas, ela relembrou esse momento da vida.
A jovem relatou que acordava e dormia com fortes dores de cabeça, além de episódios de tontura e perda parcial da visão. "Eu fazia exames, mas todos davam normais. Cheguei a pensar que era só estresse, porque meu trabalho era muito tóxico, com chefes abusivos", contou.
Mesmo após deixar o emprego, os sintomas persistiram, levando-a a buscar ajuda médica novamente. Uma consulta com um oftalmologista particular foi o ponto de virada. Ao examinar seus olhos, a médica identificou algo grave e a encaminhou urgentemente para um hospital público. "Ela não me disse o que era, mas percebi pela seriedade que era algo sério", relembrou.
No hospital, após uma tomografia com contraste, veio a confirmação: um tumor cerebral de tamanho considerável, que pressionava seu cérebro. "Quando minha irmã mostrou o exame a uma neurocirurgiã amiga, soube que eu não poderia sair do hospital sem cirurgia", disse, emocionada.
A cirurgia foi marcada em questão de dias. "Foi tudo muito rápido. Um dia eu estava na consulta achando que era algo simples, no outro já estava internada para uma cirurgia de risco."
A cirurgia e a recuperação emocional
Apesar do medo, a cirurgia foi um sucesso, sem sequelas. No entanto, a recuperação trouxe desafios emocionais. "Meu cabelo era minha autoestima, e tive que raspar parte dele. Quando olhei no espelho e vi metade do meu cabelo raspado, meu mundo desabou. Não conseguia tocar na cicatriz, nem me olhar sem sentir repulsa. Minha autoestima foi pro fundo do poço. Além disso, os remédios me fizeram ganhar 15 kg em duas semanas. Eu não me reconhecia no espelho. Os corticoides para desinflamar meu cérebro me fizeram reter líquido e inchar. As roupas não serviam, as estrias apareceram... Fotos minhas antes e depois pareciam de pessoas diferentes", desabafou ao iG Delas.
"Cheguei a um ponto em que não saía de casa porque não me reconhecia. Desenvolvi crises de ansiedade horríveis - tremia, ficava o dia inteiro na cama, sem forças nem para comer. Foram 30 sessões de radioterapia... Essa foi, sem dúvida, a pior fase", acrescentou. Com o apoio da família e terapia, ela encontrou forças para superar a fase difícil. "Minha irmã me disse para focar no futuro, que isso era uma fase. Aos poucos, fui me recuperando física e emocionalmente."
Um alerta sobre saúde e qualidade de vida
Hoje, mais de um ano após a cirurgia, ela usa sua experiência para alertar outras pessoas sobre a importância de cuidar da saúde. "Se você sente algo diferente, não ignore. Meu corpo me avisou, e felizmente descobri a tempo", destacou.
Além disso, ela reflete sobre o impacto de ambientes tóxicos: "O estresse pode mascarar problemas graves. Se você está em um lugar que te faz mal, não espere chegar ao limite."