Mulher tem rosto deformado após uso de PMMA sem consentimento
Reprodução/Instagram
Mulher tem rosto deformado após uso de PMMA sem consentimento

O que deveria ser um simples procedimento estético para atenuar marcas de expressão se transformou em um pesadelo para a influenciadora digital Poliana Ferraz . Moradora de Taguatinga (DF), ela sofreu uma necrose grave no nariz após a aplicação de um preenchedor facial irregular , que acabou se espalhando para outras áreas do rosto. Hoje, desempregada e com dificuldades para se sustentar, ela recorre às redes sociais em busca de ajuda para custear tratamentos e alimentação.

"Venho aqui de coração aberto pedir ajuda de vocês. Infelizmente estou enfrentando um momento muito difícil. Meu nariz foi necrosado e, além da dor física, a situação financeira ficou complicada. Preciso urgentemente de dinheiro para comprar alimentos e fazer exames. Se você puder ajudar de alguma forma, seja com uma doação ou até mesmo compartilhando essa mensagem, eu ficaria imensamente grata. Cada pequena contribuição faz uma grande diferença na minha vida. Muito obrigada a todos que puderem me apoiar nesse momento tão difícil. Que possamos sempre estar juntos, ajudando uns aos outros", escreveu em uma postagem nas redes sociais.


Poliana foi indicada a uma clínica de estética por outra influenciadora, que divulgava os serviços da profissional responsável. Inicialmente, realizou uma lipoaspiração de papada e um preenchimento no queixo sem complicações. No entanto, ao aplicar o produto no sulco nasogeniano (conhecido como "bigode chinês"), começou a sentir fortes dores e notou que o nariz estava ficando roxo.

Apesar de seguir as orientações da aplicadora, os sintomas pioraram. Dias depois, descobriu que a substância usada não era ácido hialurônico, como prometido, mas sim PMMA (polimetilmetacrilato).

A obstrução vascular causada pelo produto levou à necrose do nariz, que se estendeu para a testa. Poliana precisou passar por cirurgias de reconstrução, incluindo um enxerto de pele retirado do abdômen. Mesmo após dois anos, ela ainda não recuperou totalmente a aparência e enfrenta dores constantes.

Antes do ocorrido, Poliana trabalhava como assistente social, sexóloga e começava uma carreira como influenciadora digital. Hoje, sem condições de exercer suas atividades, depende de doações e do auxílio do Bolsa Família para sustentar os dois filhos, de 18 e 6 anos. Além das dificuldades financeiras, ela enfrenta traumas psicológicos.

O PMMA é um material de preenchimento permanente, mas seu uso em estética é condenado por especialistas devido aos altos riscos de complicações. Diferentemente do ácido hialurônico – que pode ser dissolvido em caso de problemas –, o PMMA adere aos tecidos e sua remoção exige cirurgias complexas.

O Conselho Federal de Medicina alerta que o produto, quando aplicado por profissionais não médicos, tem causado "imenso dano à população". A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica também desaconselha seu uso.


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