No mês de setembro deste ano, o movimento Me Too , que ganhou visibilidade nos Estados Unidos, chegou ao Brasil. Dois meses depois da estreia da plataforma Me Too Brasil , os canais virtuais já somam cerca de 70 pedidos de ajuda, sendo que a maioria era queixa de estupro de vulnerável contra crianças de 9 a 10 anos.
O Me Too foi originalmente criado pela ativista Tarana J. Burke em 2006, mas ficou conhecido em 2017 depois que atrizes hollywoodianas passaram a usar a frase nas redes sociais para denunciar abuso sexual .
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No Brasil, as denúncias chegam por canais como WhatsApp, Instagram, Twitter e pelo próprio website do movimento. O Projeto Justiceiras também se envolve com o movimento por sua experiência de atendimento às vítimas em todo Brasil. São mais de 4 mil voluntárias para fazer o encaminhamento para serviços jurídicos, socioassistenciais, ajuda psicológica, rede médica, rede de apoio e de acolhimento.
O Me Too Brasil foi fundado pela advogada Mariana Ganzarolli e trabalha em parceria com a Promotora de Justiça Gabriela Manssur. Ganzarolli afirma que os serviços de recebimento de queixas deve abranger o máximo de pessoas. "Trabalhamos para que todas as pessoas, inclusive homens, independente da razão do abuso, busquem os canais de denúncias que disponibilizamos. Somente com informação podemos ajudar a diminuir o número de casos. Muitas vezes, um abusador é, na verdade, um predador, ou seja, não pratica esse tipo de crime apenas uma vez, faz uma série de vítimas", afirma.
A maior parte das denúncias recebidas eram de estupro de vulnerável contra meninas entre 9 e 10 anos de idade, que foram violentadas por pessoas próximas ou da família. A maior parte deles eram padrasto, primo ou tio da vítima. "Infelizmente, a realidade do abuso sexual no Brasil, em sua maioria, ainda é a da pedofilia. Grande parte das denúncias que recebemos trazem esse retrato, onde o agressor está dentro de casa", explica Ganzarolli.
Você precisa de ajuda?
Você pode pedir ajuda pelas redes sociais do Me Too Brasil
, pelo website do projeto ( metoobrasil.org.br
), pelo e-mail [email protected] ou pelo WhatsApp (11) 99639-1212. Você não está sozinha!