Você já ouviu falar em body positive ? Cada vez mais popular nas redes sociais, o movimento fala sobre ter um corpo positivo. Mas, afinal, o que é isso? Nada mais é do que aceitar e amar cada pedaço do seu corpo, independentemente dele estar ou não dentro dos padrões pré-estabelecidos pela sociedade, principalmente para as mulheres.
No entanto, além de contribuir com a autoestima, amor-próprio e tentar diminuir os impactos das pressões estéticas, o body positive também atua na moda. Quanto mais pessoas se aceitarem e decidirem mostrar seus corpos como eles realmente são, mais a moda precisará ser inclusiva e diversa. É em resposta dessa aceitação, por exemplo, que surgem os tamanhos maiores das coleções, como o Mid Size e o Plus Size.
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Para a estilista e consultora de moda e imagem Maristela Barbosa, o movimento influencia as marcas a enxergarem esses clientes e produzir as mesmas roupas com várias opções de numeração. "Anteriormente, as roupas feitas quem não se enquadravam nos padrões estéticos vigentes eram muito tradicionais, feitas em cores muito sóbrias, em comprimentos muito grandes e sem partes do corpo à mostra", conta.
Hoje, porém, com a iniciativa de enxergar beleza em todos os corpos, a inclusão começa a acontecer. E, embora ainda falte muito para que a moda chegue em um cenário justo e ideal, é importante comemorar as vitórias de quebras de padrões que já aconteceram até aqui. "Considerando características únicas, esse nicho passou a receber mais atenção e vem se modernizando, naturalizando a roupa preferida de cada pessoa, independentemente do peso e das imposições de beleza do mercado, deixando a moda mais democrática e diversa, como deve ser", destaca a estilista.
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Portanto, a adesão ao Plus Size deixa de ser motivo de vergonha para as pessoas e passa a simbolizar um marco de aceitação e espaço — agora a moda cabe em todos! Assim, para além da simples impressão de ver mais gente usando os tamanhos grandes, há também dados que comprovam esse novo momento fashion. Segundo apontamentos da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), o segmento cresceu cerca de 19% nos últimos três anos mesmo com a queda em 5% da indústria geral.
Ainda de acordo com a Associação Brasileira Plus Size (ABPS), os negócios do setor cresceram 8% apenas em 2019 e movimentaram um valor superior a R$7 bilhões. Vale ressaltar, que a ABPS surgiu em 2016 com o intuito de ser uma entidade que representasse empresas de varejo e consumos desse público.
Logo, a subida dos números mostra que a moda vai além de tendências e desfiles: ela está ligada a fatores sociais e econômicos. Por isso, o comportamento dos consumidores frente à sua aparência consegue causar impactos importantes nas marcas, capazes de diversificar, incluir e aceitar pessoas que não estão e nem querem estar encaixadas naquilo que foi ditado há tanto tempo.
"O body positive valoriza a aceitação ao corpo, a libertação de complexos e distúrbios de imagem corporal para que as pessoas se conformem em viver insatisfeitas. As marcas estão bem mais atentas, o cliente quer as tendências no corpo dele com cores e modelagens", ressalta Maristela.