Em decorrência da pandemia da Covid-19 e consequente do isolamento social, os problemas posturais têm se tornado cada vez mais comum. É essencial ter um cuidado a mais para evitar crises e dores agudas, sobretudo na região da nuca.
Muitas vezes o problema é passageiro e não recebe a devida atenção, mas é importante se atentar as condições do problema e considerar se é o caso de uma avaliação médica. Para quase metade dos indivíduos que apresentam algum grau de dor na nuca, ela pode se instalar de vez ou se tornar mais presente ao longo do tempo.
Os níveis da dor na região da nuca podem variar, sendo aguda quando dura aproximadamente 4 semanas, subaguda quando varia entre 4 e 12, e crônica quando persiste por 3 meses ou mais.
A dor costuma ser localizada e pontual, mas pode subir em direção ao crânio ou ser acompanhada por dor de cabeça. Também pode gerar espasmos, dores ou rigidez nos membros superiores, como pescoço, em volta do ombro ou outras partes do corpo.
"Dentre as principais causas de dor na região cervical está a sobrecarga de peso, força além do usual nos membros superiores, tensão que pode causar um enrijecimento muscular, ou algum trauma local", explica o ortopedista Dr. Guilherme Boni.
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Quando o paciente julgar que a dor está limitando as atividades diárias e atrapalhando a qualidade de vida, deve procurar ajuda médica. Este espasmo na região da nuca pode comprimir alguns nervos e, a depender da altura da contratura muscular, pode causar formigamento em outras partes do corpo como mãos e braços, afirma Guilherme.
Na fase aguda, é indicado o uso de anti-inflamatório, analgésico, relaxante muscular e repouso com o intuito de tirar a contratura muscular e afastar a dor. A partir de então o profissional deve avaliar se é de fato uma dor aguda ou se é crônica, podendo aprofundar a pesquisa e compreender melhor o quadro clínico com exames de imagem.
O médico aconselha que se evite carregar cargas muito pesadas, se colocar em situações que provoquem tensão extrema e a consultar um profissional, se a dor persistir. Nesse caso, pode ser feito um check-up para avaliar se tem alguma condição mais grave, como um quadro de hérnia discal.
"No caso de uma dor crônica, além das medicações, o tratamento é feito com fisioterapia, onde se realiza o alongamento e fortalecimento da musculatura cervical e paravertebral", completa o especialista.
Consultoria : Dr. Guilherme Boni / vice chefe do grupo de Trauma Ortopédico da Escola Paulista de Medicina / Unifesp. Ortopedista e traumatologista da clínica Santarossa & Boni.