Estima-se que uma em cada cinco crianças nascidas no Brasil tenha a "língua presa", uma anomalia congênita que acontece quando o frênulo da língua é curto, dificultando o processo da fala e também de alimentação. O frênulo da língua é uma pequena prega de tecido que conecta a língua ao assoalho da boca e não aparece em todas as crianças. Essa membrana é tão importante que dependendo do seu grau e de onde ela se prende, pode atrapalhar os movimentos da língua, além de limitar os movimentos da mastigação e prejudicar o crescimento dos maxilares e dentes.
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De acordo com a fonoaudióloga Carla Deliberato, especializada em pacientes com dificuldades alimentares, o frênulo curto deve ser tratado desde bebê para não prejudicar a fase de amamentação e o ganho de peso. "A resolução do frênulo curto durante os primeiros meses de vida do bebê não só garante o aleitamento materno, como também evita problemas futuros na introdução de alimentos, como seletividade alimentar, dificuldade na ingestão de alimentos sólidos e alterações nos reflexos", alerta.
A fonoaudióloga, que também atua com dificuldades sensório-motoras-orais, lembra que, caso a criança esteja com muita dificuldade para se alimentar, uma avaliação especializada é a melhor opção. Segundo a especialista, a criança com língua presa apresenta dificuldade no transporte do alimento dentro da boca, tanto para triturar como para engolir.
"Dependendo do caso será preciso realizar uma cirurgia chamada frenectomia, que possibilitará o reparo dessa estrutura anatômica. Posteriormente, com a ajuda do fonoaudiólogo, a criança fará um treinamento para aprender a mastigar e engolir alimentos sólidos", explica.
Nesses casos, assim que os pais observarem esse problema na criança devem imediatamente procurar ajuda profissional, a fim de evitar dificuldades futuras de fala e alimentação.
Desde 2014, no Brasil, é obrigatório que se faça em todas as maternidades o "Teste da Linguinha", para avaliação da presença do frênulo da língua em recém-nascidos.