A fotógrafa que é mãe solo foi impedida de participar da festa de uma amiga
Reprodução/Instagram
A fotógrafa que é mãe solo foi impedida de participar da festa de uma amiga

No último domingo (03), um bar na região central de São Paulo, chamou atenção ao barrar a entrada de uma mãe com seu filho de 5 anos.  A mãe foi convidada para o aniversário de uma amiga que estava sendo comemorado no local. O caso repercutiu nas redes sociais e abordou o assunto da liberdade das mães e o quanto a maioria delas se priva de muita coisa em função da sociedade.

Estela usa uma blusa branca com um casaco cinza
Divulgação

Estela Nunes é mãe de Gabriel (6 anos) e Clara (10 anos)

A atriz Estela Nunes, que é mãe de Gabriel (6 anos) e Clara (10 anos), diz que não abre mão de ter sua vida individual mesmo com os filhos. Após a polêmica do Miúda Bar, Estela se posicionou a respeito: “Esse assunto já virou polêmica anteriormente quando uma noiva proibiu os convidados de levar crianças.
O quanto proibir uma criança de entrar num lugar, aproveitar uma festa ou um evento, também não priva a mãe?"

"No caso do Miúda, uma mãe solo, que provavelmente não tinha uma rede de apoio para deixar o seu filho, teve que passar por essa humilhação porque o lugar se achou no direito de proibir a entrada de crianças sendo que era um horário absolutamente normal para sair de casa acompanhada de crianças."

"Até quando a mulher será penalizada e excluída por ter escolhido ser mãe? É sempre a mãe que é privada de ter uma vida social porque tem que levar seus filhos junto de si. Se o lugar não aceita a criança, o lugar não aceita a mãe.”

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Estela ainda conta que costumava se privar de muita coisa por medo do que os outros iriam falar, mas que hoje vai para bares sozinha e quando é convidada para eventos, aniversários, leva seus filhos junto e que se algum dia um estabelecimento proibir ela de entrar com os filhos em um domingo à tarde, irá gerar um problema grande a ela, que não tem babá e nem rede de apoio.

“Indo para um contexto mais amplo, a mãe é julgada e culpada de qualquer forma. Se ela leva seu filho para um lugar que não aceita crianças, ela é irresponsável. E se a mãe não está com seu filho e está sozinha se divertindo, ela também é julgada. E tem sempre dedos apontando para ele questionando: mas quem está cuidando do seu filho? Ela sempre será culpada. Ou seja, ser mãe nessa sociedade em que vivemos, é não ter para onde correr. É ter que
ficar em casa, silenciada, sem 'atrapalhar' o mundo com sua cria."

Estela continua: "O importante disso tudo é colocar uma luz nesse caso para que a gente questione: até quando os estabelecimentos vão poder segregar as mães? Por que o Miúda se coloca como um lugar que acolhe e abraça diversidades, mas segrega as mães. A parte da sociedade que mais precisa justamente do oposto. Até quando teremos que conviver com situações como essa para que o nosso governo tome uma atitude e torne ilegal esse tipo de conduta? Por que se a pessoa responsável pela criança está presente, cabe a ela julgar se o lugar é ou não adequado para a criança estar”, desabafou.

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