Após 3 anos de relacionamento, o trisal formado por Priscila Machado, Marcel Mira e Regiane Gabarra, decidiram ter um filho juntos. A ideia veio do desejo de Regina por passar pela experiência da gestação. No entanto, a lei brasileira não reconhece relacionamentos poligâmicos, impedindo o registro da criança com duas mães e um pai.
A história dos três começou entre Marcel e Priscila, com um casamento de quase 15 anos e filhos, Priscila começou a questionar a própria sexualidade, percebendo que também se sentina atraída por mulheres.
“Cresci em lar cristão, então não explorei a minha sexualidade. Achei que era isso e pedi que no nosso aniversário de casamento eu e meu marido fizéssemos sexo a três, com uma mulher a mais. A ideia ali era acabar com essa ‘curiosidade’, mas não foi bem assim”, conta Priscila.
Ela e Regina se conheceram no ambiente de trabalho, a princípio elas eram apenas amigas, mas com o passar do tempo, perceberam que às duas nutriam sentimentos românticos uma pela outra. Assim, quando decidiram ficar juntas, no mesmo dia o iniciaram um relacionamento á três.
“A gente passou alguns meses ficando juntos nós três, tentando evitar. Até que eu cheguei em meu marido e disse que amava ele, mas que estava apaixonada por ela. No mesmo momento, ele disse que sim e ela nos confessou que também queria manter o relacionamento com os dois. Foi quando começamos nossa família”, lembra Priscila.
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Desde estão os três tem morado juntos, compartilhando a sua rotina no perfil no Instagram, com mais de 36 mil seguidores, chamado “Trisal Amor ao Cubo”. Incluindo sua a nova jornada com o mais um novo filho a caminho, com a previsão do parto até o final deste mês, o bebê irá ter duas mães e um pai.
“Somos uma família, fora do padrão, mas cercada de respeito. O que a gente faz é se permitir ser livre para amar, não queremos forçar pessoas a decidirem por isso. As pessoas às vezes são duras”, escrevem em seu perfil.
Apesar da lei brasileira não reconhecer casamentos com mais de duas pessoas, ainda é possível registrar a maternidade, ou paternidade múltipla na certidão de uma criança.
Chamada responsabilidade socioafetiva, ela possibilita que após aos 12 anos, seja reconhecido a responsabilidade parental de mais de duas pessoas na vida de uma criança. No caso do trisal, eles têm lutado na justiça que esse reconhecimento seja antecipado.
"A gente quer garantir que nosso filho tenha os pais que ele de fato tem, não queremos ofender ninguém", diz Regiane.