Kathleen Keyes, de 62 anos, da cidade Bray, no condado de Wicklow, na Irlanda, perdeu os três filhos que tinham fibrose cística ao longo de 27 anos. No jornal  The Irish Times , a mulher escreveu uma carta emocionante descrevendo o "espaço vazio" que a cerca no Natal – e diz que perder um filho é como "ter seu coração arrancado".

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Em carta, mulher fala sobre dor de perder os três filhos com fibrose cística e diz que é como
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Em carta, mulher fala sobre dor de perder os três filhos com fibrose cística e diz que é como "ter seu coração arrancado"

A morte mais recente aconteceu em dezembro do ano passado: Fergal, de 31 anos. Em janeiro de 2002, sua filha, Gráinne, morreu aos 15 anos. Em abril do mesmo ano, Darragh, de 19 anos, faleceu. A carta divulgada no jornal foi feita para marcar o primeiro ano da morte de Fergal. Segundo a mãe, esta época festiva é como um "ambiente escuro e sem enfeites".

No conteúdo, Kathleen descreve seus três filhos como "amáveis". Quando a primeira filha morreu, ela diz que o sentimento foi como um "meteorito caindo sobre sua família". Embora sua filha e os outros meninos tenham morrido de fibrose cística, ela destaca que a doença "não os define".

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"Eles se expressaram de verdade no mundo", diz. "Perder uma criança é como ter seu coração arrancado e seu estômago esvaziado. A dor atrapalha a luz do dia, sem mencionar a escuridão noturna", continua. Ao longo desses anos, ela se dedicou a cuidar deles e agora ressalta que há um "grande vazio ao seu redor".

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No ano passado, três semanas após a morte de Fergal, ela se lembrou de estar sentada na sala, chorando, enquanto olhava para os brinquedos que pertenciam aos filhos. Ela admitiu que sempre pensou que o filho mais velho, de 31 anos, sobreviveria. Sua namorada, Becky, também ficou de "coração partido".

A mãe conta que decidiu compartilhar a carta para contar sua história a outras pessoas e conscientizá-las sobre a importância da família ao redor, seja nesta época do ano ou em qualquer outro momento. Ela admite que "não sabe dizer" de onde tira forças para continuar, mas se consola na meditação e na "escrita da sobrevivência". 

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"Estou escrevendo de um lugar dentro de mim", afirma. A carta comovente repercutiu e provocou uma verdadeira onda de apoio. Com isso, muitos leitores passaram a compartilhá-la. Eles aproveitaram para elogiar sua bravura e força "inspiradora" que ela é capaz de transmitir ao contar uma história de perda. 

O que é fibrose cística?

Segundo o Ministério da Saúde, essa é uma doença genética crônica que afeta principalmente os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo. Ela afeta 70 mil pessoas em todo mundo – e é a doença genética grave mais comum da infância. Pneumonia de repetição, diarreia, tosse que não passa, dificuldade para ganhar peso e estatura são alguns dos sintomas.

A  fibrose cística ocorre porque um gene defeituoso e a proteína produzida por ele fazem com que o corpo produza muco de 30 a 60 vezes mais espesso que o usual. O muco espesso, por sua vez, leva ao acúmulo de bactérias e germes nas vias respiratórias. Isso pode causar inchaço, inflamações e infecções como pneumonia e bronquite, além de trazer danos aos pulmões. 

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