Quantas vezes por dia você reclama da sua vida? Quantas vezes se queixa de coisas que mal te afetam, das quais você mal vai se lembrar daqui a uma semana? É realmente difícil encontrar pessoas que sejam positivos 24 horas por dia, mas talvez nos colocar no lugar de pessoas com experiências realmente dolorosas seja tudo o que precisamos para rever nosso comportamento. E era justamente essa a intenção de Holly Butcher, australiana que, antes de falecer na última quarta-feira, deixou uma carta aberta com conselhos que estão fazendo muita gente repensar as prioridades.
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Em paz com o fim
Aos 27 anos, Holly perdeu a batalha que travava contra o sarcoma de Ewing, um tipo de câncer que afeta os ossos ou a região ao redor deles e se manifesta principalmente em crianças e pessoas mais jovens em geral. Enquanto esperava que o restante de seu tempo com familiares e entes queridos terminasse, porém, Holly reuniu em uma carta pensamentos que teve a respeito da forma com que as pessoas encaram a vida e como questões que parecem ser muito importantes são, na realidade, banais.
“Eu sempre me imaginei envelhecendo com rugas e grisalha – coisas muito provavelmente causadas pela linda família (cheia de crianças) que eu planejava construir com o amor da minha vida. Eu quero tanto isso que chega a machucar”, relata a moça no início da carta compartilhada em seu perfil do Facebook por seus familiares e que, até agora, tem mais de 82 mil compartilhamentos e 114 mil curtidas.
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Apesar de deixar claro que ela não está feliz em partir, Holly se mostra consciente do fato de que a vida é frágil e de que o fim é absolutamente inevitável para qualquer pessoa. Na publicação, ela explica que seu objetivo em escrever a carta aberta era o de lembrar as pessoas sobre o quão rápido elas podem perder o controle das próprias vidas e sobre o quanto elas podem estar desperdiçando o tempo precioso que têm. “Cada dia é um presente, não um direito adquirido”, afirma.
Ao longo da mensagem, Holly mostra que, por experiência própria, coisas como a busca por um corpo perfeito, o dinheiro e bens materiais não servem de nada no final da vida. A moça conta que, no último Natal, ela e a família não trocaram presentes (“imagine minha família tentando comprar um presente para mim sabendo eles é que provavelmente acabariam ficando com ele”), e optaram por escrever cartões uns para os outros. “Pode parecer bobo, mas esses cartões significaram mais para mim do que qualquer coisa comprada por impulso. Moral da história: presentes não são algo necessário para um Natal significativo”, relata. Holly recomenda gastar esse dinheiro com lembranças para os amigos e experiências enriquecedoras, como viagens.
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Outro tópico que a moça aborda na postagem é a tão frequente busca das pessoas por um corpo mais magro, seios maiores, o fim das celulites e da flacidez. “Deixe essa m**** de lado. Eu juro que você não vai ficar pensando nisso quando for sua vez de ir. Eu estou assistindo ao meu corpo se desligando bem em frente aos meus olhos sem poder fazer nada sobre isso e tudo o que eu desejo agora é que eu pudesse ter mais um aniversário ou Natal com minha família, apenas mais um dia com meu parceiro e meu cachorro. Só mais um”, afirma.
Em vez de levar a preocupação com o físico como prioridade, Holly aconselha que as pessoas deem mais atenção à saúde – tanto do corpo quanto da mente. “Aprecie sua boa saúde e seu corpo que funciona – mesmo que ele não esteja do tamanho que você julga ser ideal. Cuide dele e aceite o quão incrível ele é. Mova-o e nutra-o com comidas frescas. Não fique obcecado com seu corpo”, completa.
Além disso, Holly também aconselha que as pessoas prestem atenção nas pequenas coisas e não se deixem levar pela forma que os outros aproveitam a vida. “Não se sinta pressionado pelo que outras pessoas consideram uma realização. Você pode querer levar uma vida medíocre, e está tudo bem com isso”, recomenda. A moça também lembra as pessoas de que é possível mudar alguns aspectos desagradáveis da vida. “Você não sabe quando tempo tem neste planeta, então não o desperdice se sentindo infeliz. Eu sei que isso é dito o tempo todo, mas não poderia ser mais verdadeiro”.
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Ao final, Holly deixa expresso na carta seu desejo de que as pessoas doem sangue e explica que, apesar de ter perdido a batalha contra o câncer, as realizações que teve com a chegada do fim tornaram seu último ano de vida muito proveitoso. “Doações de sangue (mais bolsas do que eu conseguia contar) ajudaram a me manter viva por um ano extra – um ano pelo qual eu serei sempre grata por ter conseguido passar na Terra com minha família, amigos e meu cachorro. Um ano em que eu tive algumas das melhores experiências da minha vida”, finaliza.
Confira a mensagem final de Holly na íntegra:
Nos comentários, o que não falta é gente que pretende levar os conselhos que Holly dá em sua carta aberta para a vida. E você, será que tem se esforçado além da conta por coisas que não fazem muito sentido?