Acordar no meio da noite com o filho chamando porque fez xixi na cama ou encontrar o lençol molhado durante a manhã é cena comum para os pais de crianças pequenas. No entanto, quando isso é frequente após os cinco anos de idade, talvez seja hora de se preocupar.

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O xixi na cama é comum durante o desfralde e até os cinco anos de idade, após isso, deve-se buscar orientação médica
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O xixi na cama é comum durante o desfralde e até os cinco anos de idade, após isso, deve-se buscar orientação médica

Pesquisas apontam que até 15% das crianças com mais de cinco anos de idade fazem xixi na cama frequentemente – condição que precisa ser tratada e recebe o nome de enurese. No entanto, nem todos os pais sabem disso. Para aumentar a conscientização sobre o transtorno, foi criado o Dia Mundial Sem Xixi na Cama , que acontece nesta terça-feira (28 de maio).

Ao Delas , Bruno Cezarino, urologista pediátrico formado pela USP e professor do curso de Cirurgia Urológica Minimamente Invasiva - Hospital Sírio Libanês, explica como identificar o problema. Segundo o médico, o desfralde acontece por volta três anos. Dessa forma, o escape de urina durante a noite é normal até os cinco anos.

Cada criança tem o seu tempo de desenvolvimento, mas, após essa idade, o xixi enquanto dorme é um sinal de alerta para os pais. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a condição acontece devido a fatores hereditários, relacionados à quantidade de urina produzida pela criança durante a noite, ou a disfunção da bexiga durante o sono, ocorrendo, portanto, de forma involuntária, sem qualquer culpa por parte da criança.

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O que fazer quando a criança faz xixi na cama?

O apoio dos pais nessa fase é fundamental; é preciso compreender a criança e buscar caminhos para solucionar o problema
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O apoio dos pais nessa fase é fundamental; é preciso compreender a criança e buscar caminhos para solucionar o problema

Seja para os pais ou para a criança, a enurese não é simples de ser encarada. Nos pequenos, a disfunção pode levar a sentimentos de vergonha, baixa autoestima, além impactar no desempenho escolar e disposição durante o dia.

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Para os pais, há a frustração do descontrole sobre a criança e os impactos sociais que isso causa. Quando a criança tem essa disfunção, viajar pode ser algo mais difícil, por exemplo. Esse sentimento de não saber como agir diante do problema pode levar aos pais a um comportamento mais punitivo.

“É preciso entender que o caminho é o apoio e não a punição. Existe o risco de a criança ficar traumatizada quando os pais não a apoiam”, explica o urologista pediátrico. É importante que os adultos compreendam a condição da criança, sempre apoiando e oferecendo um reforço positivo.

Ele orienta que os pais responsabilizem a criança pelo xixi que foi feito, sem minimizar o ato. Mas, claro, sem condenar. “Busque reconhecer e premiar seu filho quando ele não urinar na cama”, sugere. Dessa forma, os pequenos se sentirão mais motivados. 

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Sendo assim, quando perceber que o xixi na cama é frequente mesmo após os cinco anos, é hora de buscar orientação médica. “Quanto antes o transtorno for identificado pelos pais, mais rápido o início das ações de controle do xixi na cama e menor será o impacto das noites molhadas na rotina da criança”, diz.

Bruno Cezarino explica as etapas do tratamento. O primeiro passo é identificar se existem outros problemas que podem explicar a disfunção. Se nada explicar o diagnóstico, pode-se dizer que é uma enurese monossintomática . Nesse caso, é preciso partir para as medidas comportamentais, como fazer xixi de maneira regrada e evitar o abuso de líquido após às 18h.

Caso as medidas comportamentais não deem o resultado esperado, o tratamento continua podendo chegar até o uso de medicamentos. Por isso, é fundamental buscar ajuda de especialistas. 

“É importante entender a urgência do tratamento do  xixi na cama . A enurese tem que ser acompanhada por médico especialista para minimizar os sentimentos de constrangimento e culpa que atinge todos os integrantes da família”, completa o médico

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