Se tem uma coisa que as pessoas realmente gostam no fim do ano são as comidas servidas nos jantares de família no Natal e no Ano Novo. É sempre um banquete, com comidas de vó, pratos tradicionais das festas e, claro, muitas calorias. Mas se para maioria não há problema algum em exagerar um pouquinho nestes dias, para as mulheres que estão grávidas não é bem assim. É preciso, sim, seguir uma alimentação equilibrada até no fim do ano.
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De acordo com o ginecologista e obstetra Aléssio Calil, do Hospital e Maternidade São Luiz, de São Paulo, a dieta especial é indicada para todas as gestantes, não apenas aquelas que desenvolveram algum problema por conta da gravidez. A boa alimentação é necessária não apenas para manter a saúde da mãe, mas para evitar riscos desnecessários ao bebê também.
O especialista explica que exagerar na alimentação pode refletir na prematuridade, o que aumenta o risco de mortalidade. Além disso, o desenvolvimento da criança também pode ficar comprometido e as chances da menina ou menino se tornarem obesas no futuro também crescem.
Entretanto, não é para passar vontade, não precisa disso, mas avalie se aquele alimento é realmente necessário ou se dá para esperar mais um tempinho até voltar a come-lo. Lembre-se de que, quando falamos em festas de final de ano, não falamos apenas no Natal e Ano Novo. Há sempre aquela reunião com os colegas do trabalho, encontro com amigos queridos e, às vezes, nos encontramos até mais de algumas vezes com nossos familiares. Resumindo, é um mês inteiro de comidas nada saudáveis e que ainda pode ser seguido de um mês de férias.
O melhor é escolher aquele alimento que você gosta mais e comer pelo menos um pouquinho dele. Na semana seguinte, faça isso com a sobremesa. Já exagerar em um dia e compensar no seguinte não é um boa escolha, porque não é assim que o organismo funciona. É preciso sempre balancear as refeições.
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Em relação aos problemas que a mãe pode desenvolver por conta dos exageros estão a má formação dos tecidos maternos, deficiência nutricional, hipertensão, diabetes e até alguns problemas que aumentam a mortalidade materna, como a pré-eclâmpsia e eclâmpsia.
Como deve ser a alimentação
O obstetra recomenda a gestante evitar comida gordurosa ou muito salgada, carboidratos simples e condimentos. O foco deve ser em uma alimentação cuidadosa e bem distribuída, com proteínas, carboidratos complexos e lipídeos. Além disso, é interessante fracionar bem as refeições e não ficar apenas no café da manhã, almoço e jantar. Dá para acrescentar um lanchinho ou outro, uma fruta, entre cada uma das refeições mais elaboradas. “É importante também evitar comer muito em cima da hora de dormir, já que isso pode causar azia e refluxo”, explica Calil.
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A gestante não precisa comer para dois. O ideal é ter uma alimentação com alto poder nutritivo - obstetra Aléssio Calil
Falando especificamente sobre as festas de fim de ano, cada família tem seu costume, mas o mais importante é evitar as comidas salgadas e gordurosas e os condimentos tão comuns nessa época do ano. O maior problema é o risco de elevação da pressão arterial. “A recomendação é, ao invés de ficar beliscando os queijos fortes, por exemplo, trocar por oleaginosas. Já em relação às carnes, dê preferência para as mais magras, sempre bem passadas, para evitar contaminação. Já sobre as aves é importante lembrar de retirar a pele e gorduras laterais, para realmente não ter alta concentração de gordura.”
Na hora da sobremesa, invista nas frutas da estação e evite os doces mais pesados. Bebida alcoólica então, você já sabe, melhor evitar. O obstetra também chama atenção para um mito muito propagado pelas pessoas: o do comer em dobro.
“O mais importante é a gestante ter consciência de que não precisa comer para dois. O ideal é ter uma alimentação com alto poder nutritivo e bem distribuída”, afirma. Para que isso seja possível, Calil recomenda que a mãe procure um obstetra ou nutricionista que possa ajudá-la nessa tarefa.
Cuidados com o calor
A nutricionista Luciana da Costa, da Pro Matre Paulista, alerta para outro fator que deve ser considerado nesta época do ano: o calor. Estamos em dezembro, e as temperaturas vão aumentar cada dia mais. Outro motivo para as grávidas tomarem cuidado com a alimentação e hidratação, já que qualquer imprudência pode gerar alguma alteração no funcionamento do organismo.
Assim como o obstetra Aléssio Calil, Luciana recomenda refeições bem divididas, com alimentos variados e pratos bem coloridos, incluindo cereais integrais, frutas, legumes, verduras, carnes, leite e derivados, além de dar preferência à água e sucos naturais.
Para quem não tem o costume de tomar água, dá para variar com as versões saborizadas, mas sem açúcar e feitas em casa mesmo. A especialista dá diferentes opções de alimentos que podem ser colocados na água e que podem dar um gostinho diferente à bebida: limão, hortelã, erva doce, maçã e canela, especiarias como gengibre, cravo e canela, casca de laranja ou abacaxi e cubos de gelo preparados com morangos ou frutas cítricas. Já os refrigerantes e as cervejas devem ser deixados de lado por conta do alto valor calórico e possível presença de álcool.
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Colocar gelo nas bebidas também pode ajudar na hora de se refrescar, mas cuidado com o lugar em que você vai fazer isso. Se é em casa, e você sabe como foi feito o gelo, sem problemas. Mas em locais públicos já é mais complicado, já que os cubos nem sempre são armazenados de forma correta e podem aumentar o risco de contaminação de doenças.
Pensando na alimentação durante as festas de final de ano, as mamães devem optar pelos pratos frescos e ingredientes cozidos. Alimentos que não foram refrigerados, como saladas e maioneses, ou que ficaram muito tempo fora da geladeira devem ser evitados.