Nos últimos anos, os casais que estão prestes a se tornar pais passaram a planejar um tipo de segunda lua de mel, uma viagem para aproveitar o tempo juntos antes da chegada de uma criança. Essa viagem é chamada de babymoon , mas, apesar de ser uma boa desculpa para viajar e curtir um tempo com o parceiro, muitas dúvidas podem surgir na cabeça das futuras mamães: grávida pode viajar de avião? E carro ou navio? Como devo me preparar?

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Atriz Débora Nascimento, que acabou de fazer sua babymoon, mostra que grávida pode viajar de avião, sim, sem problemas
Instagram/joseloreto/Reprodução
Atriz Débora Nascimento, que acabou de fazer sua babymoon, mostra que grávida pode viajar de avião, sim, sem problemas

De acordo com o ginecologista e obstetra Jurandir Piassi Passos, do Lavoisier Laboratório e Imagem, especializado em medicina fetal, grávida pode viajar de avião , carro e navio, sim, mas são necessários alguns cuidados desde antes de iniciar a viagem.

“A primeira questão é se o local para onde se está indo tem o suporte médico necessário, como maternidade ou hospital, em caso de uma urgência, além da distância que vai ficar desse centro e ter sempre a liberação de seu médico para viajar”, explica o especialista. Outro ponto muito importante é a liberação pelo médico que acompanha a mãe. 

Cada gestação é única, então apenas um especialista pode indicar se a mulher está liberada ou não para uma viagem durante a gravidez. Mas como explica Passos, no geral, risco de prematuridade, sangramentos gestacionais, hipertensão na gestação, ameaça de abortamento, entre outras intercorrências, podem levar o médico a contraindicar a babymoon.

Qual o melhor trimestre?

O trimestre em que a gestante está também vai indicar se vale ou não a pena viajar e para onde é melhor. O obstetra explica que nos primeiros três meses é muito comum a ocorrência de náuseas e vômitos. Além disso, há o risco de de sangramentos vaginais, algo que pode se tornar um empecilho para uma viagem tranquila.

“O segundo trimestre normalmente é o mais tranquilo para viajar, pois não tem mais enjoos, o risco de sangramentos é muito pequeno e o tamanho da barriga não incomoda para ficar sentada por algumas horas e nem dificulta para andar.”

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Já nos últimos três meses há o risco de parto prematura e rotura de bolsa. Além disso, o tamanho da barriga também pode se tornar o problema pelo incômodo. “Esses pontos, estamos colocando para uma paciente saudável, jovem, sem doenças associadas na gestação,

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O trimestre também é uma questão importante para quem vai viajar de avião. No geral, até a 28ª semana de gestação simples, quando há apenas um feto, não é preciso apresentar atestado médico. A partir daí, porém, as coisas mudam. Cada companhia tem uma norma diferente, então vale a pena conferir pelo site da empresa qual o procedimento necessário. Quanto mais próximo da data do parto, mais complicado é para conseguir a liberação para a viagem. No caso de gestação múltipla, então, as regras são ainda mais rígidas.

"As gestantes acima de 36 semanas normalmente têm seu embarque dificultado, quando não impedido, pois o risco de ter alguma complicação em vôo é maior do que uma passageira não gestante", alerta Passos. 

Estou liberada! Qual o melhor meio de transporte?

Babymoon é uma boa chance dos pais aproveitarem um tempo especial juntos e sozinhos antes da chegada da criança
Pixabay
Babymoon é uma boa chance dos pais aproveitarem um tempo especial juntos e sozinhos antes da chegada da criança

Antes de escolher o destino, é preciso decidir qual o melhor meio de transporte para a viagem,. Grávida pode viajar de avião, mas às vezes é melhor um destino mais próximo de casa, usando um carro ou ônibus. E como explica o obstetra, para cada tipo de transporte há um cuidado a ser tomado.

“No avião, a pressurização e o ar condicionado acabam desidratando as pessoas, sem que elas percebam. Na gestante, o risco de trombose está aumentado pelas mudanças vasculares que a gestação traz. A desidratação, associada a ficar muito tempo sentada, principalmente em viagens longas, aumenta muito esse risco. Por isso é importante que a gestante se hidrate bem, utilize meias elásticas, procure utilizar roupas confortáveis e caminhe pelo avião a cada 2h ou, em caso de turbulência, faça exercícios com as pernas no próprio assento.”

Já no carro ou ônibus, os cuidados também são direcionados a se movimentar, mas, para que isso aconteça, são necessárias paradas ao longo do caminho. No caso do carro, vale até parar no acostamento ou em pontos específicos de parada para andar um pouco de um lado para o outro ou em volta do próprio veículo. Já se a viagem for de ônibus, verifique o tempo de duração e se haverá paradas suficientes para a movimentação. Fazer pequenas refeições e a boa hidratação também são outras recomendações.

“Nos cruzeiros, o embarque de gestantes já fica mais difícil, principalmente porque o navio fica longe da costa e, em caso de emergência, nem sempre o serviço médico a bordo tem todo o material necessário para o atendimento a complicações da gestação. Se não puder deixar de viajar em navio, o ideal é que seja durante o 2º trimestre de gestação, pois é o período onde temos menos complicações associadas.”

Decidido o melhor meio de transporte, agora você já sabe para qual região pode viajar. Lembre-se de que o calor intenso pode aumentar o inchaço das pernas e dar sensação de queda de pressão com maior frequência. Sendo assim, como explica o obstetra, não é interessante programar viagens para locais muito quentes.

Quais as recomendações gerais?

Passos explica que sempre que a mulher grávida for viajar ela deve comunicar ao médico que a acompanha sobre os planos. A gestante também deve levar seus dados do pré-natal, normalmente presentes em seu cartão de pré-natal, ver com seu médico quais os medicamentos que deve levar em sua viagem e sempre ter em mãos um atestado médico sobre o seu estado atual no processo gestacional.

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E não se esqueça, grávida pode viajar de avião, carro ou navio, mas ao primeiro sinal de que há algo errado, fique atenta. “Com relação a sintomas ao longo da viagem, vai depender do que estiver acontecendo. Se for uma cólica de origem intestinal, uma dor de cabeça que usualmente a gestante já apresenta, podem ser tratadas de forma já habitual pela gestante. Porém, se forem sintomas relacionados à gestação, sangramentos, contrações, entre outros, o ideal é que a mesma procure o mais rápido possível um atendimento médico especializado.”

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