Uma nova prática pós-parto está se tornando cada vez mais popular entre as mães. Chamada de “Parto de Lótus”, a prática consiste em manter o bebê ligado à placenta após o nascimento até que o cordão umbilical caia sozinho.
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Geralmente, o cordão umbilical cai alguns dias após o nascimento - ele pode levar até 10 dias para se soltar. Os pais que defendem o método acreditam que deixar o bebê ligado à placenta proporciona benefícios ao recém-nascido. No entanto, não é isso que dizem os médicos. Especialistas afirmam que essa nova tendência pode colocar a saúde do bebê em risco.
“Quando a placenta é deixada ligada ao bebê por um tempo após o nascimento, há um grande risco de infecção que pode se espalhar para o bebê”, explica Patrick O’Brien, médico e pesquisador da Universidade de Obstetrícia e Ginecologia, em entrevista ao tabloide britânico “The sun”.
De acordo com o especialista, a placenta é particularmente propensa à infecção por conter sangue e, depois que o cordão para de pulsar, a placenta não tem circulação e passa a ser um tecido essencialmente morto.
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Ele ainda acrescenta que não existem estudos que comprovem a evidência de benefícios que o método proporciona ao bebê. Por isso, o médico recomenda que aqueles que optarem pela prática devem monitorar o bebê com muito cuidado para que seja possível identificar rapidamente qualquer sinal de infecção.
Diferença entre bloqueio tardio e “Parto de Lótus”
Recentemente, um estudo apontou que esperar alguns minutos para cortar o cordão pode ser benéfico para o bebê – método chamado de bloqueio tardio. Patrick alerta sobre as diferenças entre o bloqueio tardio e o "Parto de Lótus".
"Trata-se de atrasar o processo durante pelo menos um minuto ou até que a pulsação do cordão tenha deixado de permitir que o sangue extra passe da placenta para o bebê”, explica sobre o bloqueio tardio.
A prática de esperar para cortar o cordão umbilical aumenta a concentra de hemoglobina e armazenamento de ferro nos bebês. Isso é importante, uma vez que a deficiência de ferro nos primeiros meses de vida está associada ao atraso do desenvolvimento neurológico da criança.