Exposição excessiva ao sol e radiação, bronzeamento artificial, pele clara e histórico familiar são alguns dos fatores de risco
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Exposição excessiva ao sol e radiação, bronzeamento artificial, pele clara e histórico familiar são alguns dos fatores de risco

Manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram; pintas que mudam de tamanho, forma ou cor e feridas que não cicatrizam em quatro semanas são alguns dos sintomas do câncer de pele. Cada vez mais frequente no Brasil e no mundo, o câncer de pele é responsável por 33% dos diagnósticos de tumores malignos no país, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Por conta dos altos números de diagnósticos, a campanha Dezembro Laranja surge com o propósito de conscientizar sobre os riscos do câncer de pele e ressaltar a importância da prevenção. 

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Segundo a médica Veridiana Pires de Camargo, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde do país e top 3 na área de Oncologia do Brasil pelo ranking Newsweek, a exposição excessiva ao sol e radiação ionizante, bronzeamento artificial, pele clara e histórico familiar são alguns dos fatores de risco.

“O câncer de pele pode ser dividido em dois grupos: não-melanoma, mais comum e com baixo índice de mortalidade; e melanoma, mais raro e preocupante, já que pode desenvolver metástase e se alastrar para outras regiões do corpo rapidamente”, explica. 

No caso do câncer de pele, o diagnóstico tardio também é um agravante, como por exemplo no período pandêmico, já que de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) houve uma diminuição de 48% das biópsias realizadas para detecção da doença, o que aumenta o risco de disseminação para outras partes do corpo, especialmente no tipo melanoma.

O clima tropical brasileiro também contribui para o surgimento da doença, já que a influência solar aumenta a incidência da doença. “O câncer de pele é mais comum em áreas de maior exposição ao sol, como cabeça e pescoço, região nasal, orelhas, testa, braços, ombros e costas”, alerta a médica Veridiana.  

Diagnóstico e tratamento 

Ao surgirem pintas ou feridas que não cicatrizam, é importante procurar um especialista. Normalmente, o diagnóstico é feito pelo dermatologista ou cirurgião após os primeiros sintomas. Para melhor visualização, o médico pode solicitar um exame de imagem ou biópsia, que consiste na retirada de uma parte ou de toda a ferida para análise. A amostra é encaminhada para avaliação de um patologista, que indicará se a lesão é um tumor maligno ou não.

“O tipo melanoma apresenta várias tonalidades de cor, variando entre marrom, cinza, azul e preto, assim como o diâmetro, que possui cerca de 6 mm, diferentemente das lesões benignas, que são menores e possuem coloração marrom escuro”, explica a médica oncologista.

O diagnóstico do tipo não melanoma é relativamente simples, sem necessidade de exames complexos e invasivos no primeiro momento, apenas a análise clínica é suficiente para diagnóstico. “Um olho bem treinado é uma excelente arma para orientar a suspeita de câncer de pele nos pacientes”, aponta a médica Veridiana.

Pequenas lesões tipo “espinhas”, feridas que não cicatrizam por mais de um mês, manchas avermelhadas rugosas, com sangramento fácil, assim como pequenas feridas sobre cicatrizes de antigas queimaduras, são alguns dos sinais da manifestação da doença. 

Para melhores resultados, o tratamento é divido em duas categorias, de acordo com o tipo de câncer de pele, como detalha a especialista da BP: 

Melanoma:  multidisciplinar, com terapêutica sistematizada, sendo o diagnóstico clínico, biópsia e estadiamento, que determina a localização e a extensão do câncer presente no corpo do paciente. O tratamento cirúrgico é a terapia que possibilita a cura aos pacientes com melanoma nos estágios I e II. A principal terapia é a excisão cirúrgica;  

Não melanoma:  para este tipo, a remoção cirúrgica com margens adequadas é a modalidade usual, pois permite melhor análise do tumor.  

Prevenção 

Como em outros tipos de câncer, as taxas de cura do câncer de pele dependem dos estágios em que se encontra a doença: quanto mais rápido for diagnosticado, melhor são as probabilidades de remissão, podendo chegar em 90%.  

A doença pode ser prevenida, segundo a médica. “É importante evitar a exposição ao sol, principalmente entre 10h e 16h, período em que os raios solares são mais intensos; caso não consiga evitar, fique na sombra sempre que possível, especialmente em dias nublados. Também é possível ter a proteção física, com o uso de roupas que contam com proteção UV (radiação ultravioleta)”, recomenda Veridiana. 

Além disso, ela lembra da importância de utilizar filtro solar com fator de proteção (FPS) 30 ou maior, reaplicando a cada duas horas ou após se molhar ou suar. Também existem exames anuais para prevenção, como o exame dermatológico, realizado pelo dermatologista, que avalia todos os sinais, como pintas de nascença ou outras áreas pigmentadas, bem como a dermatoscopia, feita no consultório, na qual o especialista usa um dermatoscópio, aparelho que amplia as lesões, separa cores e estruturas, sendo possível identificar suspeitas de câncer de pele de uma forma mais precoce e eficiente.  

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Outra forma de diagnóstico precoce é o mapeamento corporal total e a dermatoscopia digital. “Para pacientes com alto risco de desenvolver câncer de pele, principalmente aqueles com múltiplas pintas e familiares com melanoma, recomenda-se fotografar todo o corpo e cada uma das pintas usando um dermatoscópio acoplado à uma máquina fotográfica digital, sendo imprescindível para identificação de pintas que mudam de cor e formato”, finaliza a médica.  

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