Mulheres de burca
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Mulheres de burca


Antes de anunciar a composição do governo talibã no Afeganistão, o grupo extremista vive um ensaio de como conquistar a comunidade internacional e propagandeou a moderação ao permitir protestos femininos e até jogos de críquete em Cabul. 


Na primeira fila dos países a serem conquistados, está a China, potência que desde 15 de agosto já havia dado apoio ao grupo. Até a Europa se mexeu, nesta sexta-feira (3), a União Europeia engrossou o coro de que é preciso diálogo com governantes de Cabul. Não se trata de reconhecimento diplomático, mas é um grande passo. 

"Para apoiar a população afegã, nós teremos de nos engajar com o novo governo", disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, durante encontro de chanceleres do bloco na Eslovênia.

Josep disse as condições para que o diálogo ocorra: respeito aos direitos humanos, principalmente de mulheres e minorias, garantias de liberdade de imprensa e expressão. Na memória coletiva, há o regime brutal de 1996 a 2001, comandado pelo grupo até ser expulso do poder pelos Estados Unidos. 

Desta vez, o Talibã diz que será diferente. Apesar disso, há relatos de perseguições a oponentes e a promessa de aplicar a sharia, lei islâmica, levantam dúvidas. Nesta sexta, um grupo de mulheres tomou as ruas à frente do palácio presidencial de Cabul com cartazes pedindo participação no gabinete talibã. 

Não houve repressão, como na véspera em Herat, nem sinal de que os talibãs no mínimo estão se restringindo até obterem mais apoio internacional. O Talibã também permitiu jogos de críquete na capital, algo que não aconteceu no primeiro poder. 

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