Assim que o Talibã invadiu o Afeganistão este domingo (15) , a preocupação com mulheres, meninas e outras minorias se tornou uma realidade. Algumas mulheres que conseguiram fugir das áreas controladas pelo Talibã disseram que os extremistas exigiram que as famílias entregassem meninas e mulheres solteiras para se tornarem esposas de seus combatentes.
Outras descreveram serem forçadas a usar burcas (veste que cobre todo o corpo e apresenta uma estreita tela à altura dos olhos), além de relatarem espancamento para quem não seguia as novas regras sociais, diz a agência de notícias AFP. Na década de 1990, a vestimenta era obrigatória e a educação para meninas maiores de 10 anos era restrita.
Militantes do grupo afirmam para a BBC sua determinação em reimpor a lei islâmica, incluindo apedrejamento por adultério, amputação de membros por roubo e proibição de meninas com mais de 12 anos de ir à escola. Contudo, um porta-voz do Talibã prometeu que eles devem respeitar os direitos das mulheres e da imprensa - mulheres podem seguir saindo de casa sozinha e vão ter acesso à educação e trabalho.
Aviso prévio
Antes da invasão de Cabul, professores já se despediam antecipadamente das alunas mulheres quando os estudantes foram evacuados da Universidade de Cabul. O tweet de uma aluna da universidade é uma das mensagens de preocupação com o futuro das mulheres com o Talibã no poder. "Alguns professores se despediram de suas alunas quando todos foram evacuados da Universidade de Cabul nesta manhã ... e talvez não tenhamos nossa formatura assim como milhares de alunos em todo o país.…", escreveu ela na rede social.
Malala, vítima do grupo extremista em 2013, já manifestou sua apreensão
. Ela escreveu em seu Twitter: "Assistimos em completo choque enquanto o Talibã assume o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupada com mulheres, minorias e defensores dos direitos humanos. Poderes globais, regionais e locais devem pedir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis."
O Twitter do chefe do serviço de notícias afegão Tolo News, Loftullah Najafizada, posta a imagem de um homem cobrindo de tinta fotos de mulheres pintadas em um muro de Cabul.