Retrospectiva: 20 mulheres de destaque em 2020

Na ciência, nas artes, no mundo das finanças ou na política, confira 20 mulheres que brilharam neste ano

Foto: Montagem/Reprodução
Cardi B, Jojo Todynho e Kamala Harris foram algumas das 20 escolhidas pelo iG Delas na lista de mulheres mais importantes do ano



As  mulheres  se destacaram nas mais diversas áreas de atuação em 2020. Na política, finanças ou nas artes, elas foram fontes inspiração e tiveram conquistas importantes em suas áreas.

Muitos desses exemplos estão no Brasil. Em 2020, o número de pessoas trans eleitas como vereadoras quadriplicou e, em muitos municípios, as mulheres trans foram as mais votadas. Uma cientista brasileira foi capaz de sequenciar o genoma do novo coronavírus em 48 horas. Um filme dirigido por uma mulher está cotado para representar o Brasil na próxima edição do Oscar.


Por falar em mundo da arte, 2020 foi marcado como o ano das grandes produções realizadas ou protagonizadas por mulheres . Esse foi o ano em que muitas artistas se reinventaram e voltaram para os holofotes com trabalhos originais e que se tornaram populares no mundo todo.

Confira a seguir a lista de 20 mulheres de destaque este ano.

1- Jaqueline Gomes de Jesus

Foto: Acervo pessoal
Jaqueline Gomes de Jesus coordenou a equipe que fez o sequenciamento do genoma


Depois de 48 horas da confirmação do primeiro caso no Brasil, Jaqueline e sua equipe do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMTP-USP) conseguiram sequenciar o genoma do vírus. Isso foi feito com rapidez porque ela usou a técnica de análise do metagenoma, trazida ao país pela imunologista Ester Sabino.

2- Fundadoras do Black Lives Matter

Foto: Divulgação
Patrisse Cullors, Alicia Garza e Opal Tometi são as co-fundadoras do movimento Black Lives Matter


O coletivo antirracista  Black Lives Matter existe desde 2013 e tem participação ativa na comunidade estadunidense na luta contra o racismo. O movimento  - que teve ampla participação nos  protestos e ações realizadas após o assassinato de George Floyd - foi fundado por três mulheres: Opal Tometi, Alicia Garza e Patrisse Cullors.

Tometi é filha de nigerianos e se tornou uma defensora dos direitos humanos premiada, área em que atua há vinte anos. Garza é estrategista política e é diretora do Black Futures Lab, que promove ações educacionais em comunidades negras. Ela co-fundou a organização Super-maioria, que ajuda mulheres a entrarem no mundo político e do ativismo.

Cullors é educadora e artista, diretora de uma escola no Arizona e fundou ainda a organização Dignity and Power Now, que atua nas comunidades para alcançar justiça para pessoas em situação de cárcere privado.

3- Kamala Harris

Foto: Facebook/Reprodução
Kamala Harris foi uma grande impulsionadora da vitória de Joe Biden


Com a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos, a advogada e atual senadora Kamala Harris se tornou a primeira vice-presidente mulher e negra na história dos Estados Unidos . Filha de uma mãe indiana e um pai jamaicano, a escolha de Harris para integrar o time da Casa Branca neste cargo é considerada como uma representação de minorias sociais na presidência. No dia 7 de novembro, ela fez seu emocionante primeiro pronunciamento como vice-presidente, no qual se dirigiu às mulheres estadunidenses. “Serei a primeira vice dos EUA, mas não a última”, afirmou.




"Conseguimos. Nós conseguimos, Joe. Você será o próximo presidente dos Estados Unidos!"

4- Anitta

Foto: Reprodução
Anitta lançou série documental e marcou presença em programas de TV e premiações no mundo todo


Anitta voltou a se sobressair como a personalidade brasileira mais influente no mundo atualmente. Em 2020 ela lançou ‘Me Gusta’, uma parceria com Cardi B ; gravou um videoclipe dentro de casa para ‘Tócame’ ; fechou o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, para uma apresentação no programa do apresentador Jimmy Fallon; e ainda lançou uma série na Netflix sobre sua carreira, “Anitta: Made in Honório” .

A cantora também aproveitou para se engajar em questões políticas do seu país ao defender o Sistema Único de Saúde (SUS) e até mesmo fazer uma live com sua amiga, a advogada Gabriela Prioli , para falar sobre como a política brasileira funciona.

5- Luiza Trajano

Foto: Reprodução Roda Viva/TV Cultura
No Roda Viva, Luiza Trajano afirmou que é preciso reconhecer o que é racismo estrutural após criar programa de trainee exclusivo para negros


Em 2020, a dona do império Magazine Luiza se tornou a primeira mulher a integrar a lista dos mais ricos do Brasil. Mas suas conquistas vão além do patrimônio econômico. Ao contrário de muitos colegas do setor empresarial, ela apoiou o fechamento do comércio e afirmou que conseguiria ficar de lojas fechadas até junho de 2020, sem demissões.

Além disso, Luiza se tornou reconhecida por suas políticas e iniciativas de inclusão de minorias no mercado de trabalho por ter criado um programa de trainee exclusivo para pessoas negras . Com a ação,  o Magazine Luiza foi acusado de “racismo reverso” e, no Twitter, #MagazineLuizaRacista se tornou um dos assuntos mais comentados. Em outubro, ela foi ao Roda Viva e  afirmou que “é preciso entender o que é racismo estrutural” .

6- Arussi Unda

Foto: Rúl Solís/Diario de Xalapa
Com seu coletivo, Arussi Unda convocou mulheres de todo México a pararem suas atividades para protestar contra o feminicídio


No dia 9 de março de 2020, um dia depois do Dia Internacional das Mulheres, o coletivo liderado pela publicitária e ativista Arussi Unda, o Bruxas do Mar (Brujas del Mar), convocou mulheres de todo país a pararem suas atividades e ficarem em casa para protestar contra os casos de feminicídios e abuso sexual cometidos contra uma criança de sete anos e uma mulher de 25 anos, em fevereiro.

A ação #UndíaSinNosotras (Um Dia Sem Nós), que ocorreu após uma série de marchas para chamar atenção do governo para os casos de violência contra a mulher. "El nueve nadie se mueve", que significa “no dia nove, nada se move”, a frase usada pelo coletivo para a convocação, explodiu nas redes sociais.

7- Lizzo


Mesmo com uma carreira consolidada desde 2012, Lizzo ganhou os holofotes mesmo no ano de 2019, depois que seu sexto álbum de estúdio, ‘Cuz I Love You’, foi lançado. Em 2020, ela conquistou três Grammys, incluindo a categoria de Melhor Álbum Urbano Contemporâneo, Melhor Performance Solo de Pop com a canção ‘Truth Hurts’ e Melhor Performance Tradicional de R&B, com a faixa ‘Jerome’. Também foi em 2020 que ela visitou o Brasil: em fevereiro, ela fez uma apresentação exclusiva no Rio de Janeiro.

8- Sanna Marin

Foto: Laura Kotila
Sanna Marin é a primeira primeira-ministra mulher da Finlândia e, atualmente, a mais nova chefe de Estado em todo mundo


No fim de 2019, a Finlândia elegeu Sanna Marin como a primeira primeira-ministra de seu país. Esse feito se tornou histórico não apenas porque ela ganhou uma cadeira no time de mulheres chefes de estado, mas porque, aos 34 anos, ela se tornou a mulher mais jovem de todo mundo a comandar um país.

Além disso, as líderes de outros quatro partidos de sua coalizão também são mulheres, tornando a Finlândia o único país a ser totalmente governado por elas. Em 2020, Marin fez parte da lista de  países governados por mulheres que foram reverenciadas por sua postura diante da pandemia do novo coronavírus.

9- Cardi B


Você viu?

Eleita a mulher do ano pela revista Billboard , a rapper realmente deu o que falar em 2020 e conquistou ainda mais corações no mundo todo. Para começar, Cardi lançou a música ‘WAP’ , que se tornou um dos hits do ano, e foi dona de um dos memes mais icônicos dessa pandemia em um vídeo em que fazia um alerta sobre a gravidade do novo coronavírus . Aliás, ela usou as redes sociais para fazer cobranças ao presidente Donald Trump sobre quais medidas seriam tomadas para garantir a segurança dos estadunidenses.

Mesmo depois de tudo isso, os brasileiros ainda têm mais motivos para amá-la: Cardi B demonstrou ainda mais sua paixão pelo Brasil nas redes sociais, seja se declarando para o seu marido, Offset, dublando a música ‘Tudo De Novo’, de Zezé Di Camargo e Luciano, nos stories , ouvindo funk ou dizendo que quer aprender a fazer o quadradinho. A alma dela é brasileira!

10- Thelma Assis

Foto: Reprodução
Thelma Assis foi a ganhadora do BBB 20 e chamou atenção de pessoas como Rihanna e Taís Araújo


O Big Brother Brasil 2020 foi a primeira edição do reality show em que as mulheres se uniram contra atitudes consideradas tóxicas dos homens e chegaram em peso à final. A médica Thelma Assis, conhecida carinhosamente como Thelminha, se tornou uma delas -- e saiu da casa com o prêmio de R$1,5 milhão.

Mas ela não sumiu depois que o reality acabou: ela participou de uma propaganda da Prefeitura de São Paulo a favor do isolamento social , ganhou quadro na programação da TV Globo , teve o cabelo apadrinhado por Taís Araújo, teve uma foto postada no perfil da marca Fenty Beauty, da Rihanna , e se tornou uma das personalidades negras mais influentes do ano no Brasil.

11- Jojo Todynho

Foto: Reprodução/PlayPlus
Jojo Todynho se tornou a grande campeã de 'A Fazenda 12'


Por falar em reality show,  Jojo Todynho saiu vitoriosa de A Fazenda 12 . Com isso, duas mulheres negras ganharam dois dos principais realities do Brasil. Além de R$ 1,5 milhão, ela levou para a casa o coração dos fãs que cativou durante sua participação da temporada. com sua personalidade transparente e sinceridade, Jojo  se tornou a rainha dos memes e ajudou a expandir o pacote de figurinhas do WhatsApp dos brasileiros.

12- Teresa Cristina

Foto: Divulação
Teresa Cristina se destacou por suas lives no Instagram, em que conversava e cantava com outros músicos


Quando a pandemia começou, as lives musicais explodiram e os artistas buscaram levar para a casa das pessoas uma experiência parecida com os shows. A cantora Teresa Cristina não só fez isso como também convidou outras pessoas para tocar com ela ou até mesmo bater um papo.

As lives dela logo se tornaram grandes eventos semanais para os amantes de música brasileira e atraíam milhares de pessoas por dia. Entre as presenças ilustres que já participaram das transmissões estão Caetano Veloso, Daniela Mercury, Bebel Gilberto, Chico César e até mesmo o ex-presidente Lula.

13- Agnes Chow

Foto: Ken Kobayashi
Ativista pró-democracia na China, Agnes Chow foi presa política em 2020


Conhecida como Mulan, em referência à princesa guerreira da Disney , Chow é uma das principais figuras do ativismo a favor da democracia em Hong Kong, na China, país que está sob regime considerado como ditatorial. Ela foi presa em 2020 por ter supostamente violado uma lei de segurança imposta pelo presidente do país, Xi Jinping.

De acordo com especialistas, a prisão da ativista foi uma manobra para tentar silenciar a oposição. Chow teria realizado armações com outros países para sabotar a China, o que a ativista nega. Ela ganhou apoio de simpatizantes da causa e foi liberada da prisão sob pagamento de fiança.

14- Bárbara Paz

Foto: Reprodução
Bárbara Paz pode representar o Brasil no Oscar em 2021 com seu filme sobre Hector Babenco


Ano passado, Petra Costa foi indicada ao Oscar por seu documentário ‘Democracia Em Vertigem’. Esse ano pode ser a vez de Bárbara Paz, que registrou os momentos finais da vida de seu marido, o diretor Hector Babenco .

Seu filme ‘Babenco: Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou’ está representando o Brasil nas pré-indicações da categoria de Melhor Filme Internacional. O filme já foi premiado em mostra paralela do 76º Festival de Veneza, na Itália, e no Festival Internacional de Cinema de Viña del Mar, no Chile.

15- Misha Green

Foto: Reprodução
Em 2020, Misha Green lançou Lovecraft Country, série que retrata a segregação nos Estados Unidos a partir das obras de H. P. Lovecraft, um autor racista


A produtora e escritora é a mente por trás da série Lovecraft Country , que recuperou a obra de H. P. Lovecraft (autor de horror cósmico hoje considerado como racista) para falar sobre a segregação nos Estados Unidos do ponto de vista da população negra. A série foi ovacionada por sua estrutura inovadora, representatividade negra e enredo. Misha também se mostrou acessível ao público ao comentar os episódios em seu Twitter e contar o contexto histórico por trás de suas referências.

16- Luiza Erundina

Foto: Nunah Alle/ Divulgação
Aos 86 anos, Luiza Erundina voltou a se candidatar para um cargo político


Aos 86 anos, a ex-prefeita da cidade de São Paulo e atual deputada federal, Luiza Erundina, mostrou que nunca é tarde para participar do mundo da política. Ela se aliou à chapa do candidato Guilherme Boulos como sua vice . A chapa não saiu vitoriosa, mas, durante a campanha, Erundina esbanjo força e vitalidade . Mesmo diante da pandemia, foi às ruas para conversar com os eleitores (para ficar em segurança, ela ficou em uma espécie de vitrine de vidro em cima de um carro) e participou de diversas lives sobre política.

17- Vereadoras trans

Foto: Montagem/divulgação
Duda Salabert, Erika Hilton e Linda Brasil foram algumas das vereadoras trans eleitas a vereadoras no País


As eleições municipais de 2020 se tornaram marcantes em diversos municípios devido a eleição de pessoas trans para vereadoras : foram 30 candidaturas eleitas de acordo com a Associação Nacional de Transexuais e Travestis (Antra), quatro vezes mais do que nas últimas eleições municipais, em 2016.

Sete delas também se tornaram as mulheres mais votadas, sendo que duas atuam em capitais. Entre as eleitas estão Erika Hilton (São Paulo-SP), Linda Brasil (Aracajú-SE), Duda Salabert (Belo Horizonte-MG), Lins Roballo (São Borja-RS), Lorim da Valéria (Pontal-SP) e Paulette Blue (Repouso-MG).

18- Lady Gaga

Foto: Reprodução
Além de ter lançado um dos álbuns mais aclamados do ano, Lady Gaga manteve sua postura ativista diante dos acontecimentos de 2020


Após conquistar tudo no mundo do cinema, a Mãe Monstro fez seu retorno na música com seu sexto álbum ‘Chromatica’, em que revisitou suas origens no pop e lançou o que é considerado um dos álbuns mais esperados do ano. O sucesso do disco foi tanto que chegou até mesmo a ganhar seus próprios biscoitos coloridos da Oreo.

Lady Gaga também se tornou voz ativa para fazer cobranças ao presidente Donald Trump sobre medidas de contenção da pandemia do novo coronavírus e se aliou ao então candidato à presidência, Joe Biden , chegando a participar de um comício. A preocupação com a pandemia chegou a ser  referência em seus looks no Video Music Awards 2020 e usou máscaras em todos os momentos, até em suas apresentações. “Use máscara, é um sinal de respeito”, disse ao aceitar um prêmio especial.


19- Beyoncé

Foto: Divulgação
Além de Black is King, Beyoncé lançou a segunda coleção de sua marca em colaboração com a Adidas, a IVY PARK


Ao lado de artistas do R&B e rap, Beyoncé fez “Black Is King”, álbum visual que recria a história de uma das animações mais queridas da Disney a partir do afrofuturismo e da valorização do povo negro. Ela não só brilhou ajudou a divulgar outros artistas. Fora das telas e da música, ela fez a Internet quebrar com o lançamento da segunda coleção de sua linha de roupas com a Adidas, a IVY PARK.

20- Miley Cyrus


Miley Cyrus foi uma das salvações do segundo semestre de 2020. Primeiro, ela fez uma apresentação incrível no Video Music Awards 2020 com direito a look perfeito e referências ao clipe polêmico ‘Wrecking Ball’. Depois, ela começou a instigar os fãs ao lançar covers de músicas de bandas de rock dos anos 1980 e 1990, como The Cranberries, Blondie, Pearl Jam e The Cure. Por fim, ela lançou um álbum totalmente inspirado no rock e nos hits oitentistas, ‘Plastic Hearts’, em que não só se reinventou como cantou com grandes ícones da época, como Joan Jett, Billy Idol e Stevie Nick.