No ano de 2019, foram registrados 1.326 crimes de feminicídio em todo Brasil. O crescimento foi de 7,1% em relação ao ano de 2018, em que foram registrados 1.229 ocorrências. O dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020 , elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
“De forma geral, são considerados feminicídios aqueles casos em que a mulher é morta por sua condição de mulher e é muito comum que sejam resultado de violência doméstica, praticado em geral pelo cônjuge ou parceiro, apresentando muitas vezes um histórico de agressões sucessivas, ou casos de menosprezo justamente em relação à condição de mulher”, define o documento.
Você viu?
“Neste último, o que está em jogo é a questão da discriminação de gênero, geralmente ligada a situações de humilhação e dominação”, acrescenta.
De acordo com o anuário, cerca de 648 dessas mortes aconteceram no primeiro semestre de 2020. Assim, houve um crescimento de 1,9% de casos de feminicídio comparado ao primeiro semestre do ano de 2019.
Perfil de vítimas de feminicídio e autores do crime
A maior parte das vítimas de feminicídio no Brasil são mulheres negras . Elas representam 66,6% das mortes, seguidas pelas mulheres brancas (33,1%) e amarelas (0,3%). Além disso, 56,2% das vítimas são de faixa etária entre 20 e 39 anos.
Na grande maioria dos casos de feminicídio, a vítima foi morta pelo próprio companheiro ou ex-companheiro. Esse índice é próximo de 90%. Quatro por centro são parentes da vítima e 3,1% são conhecidos. Apenas 2,6% dos crimes foram cometidos por desconhecidos.
O levantamento ainda afirma que 53,6% dos assassinatos foram feitos por arma branca, 26,9% por arma de fogo e 19,5% de outras maneiras. Quase 59% foram mortas dentro da própria residência.