A soldado da Polícia Militar da Bahia Sylvia Rafaella Gonçalves Pereira, de 38 anos, virou vítima de algo contra o qual sempre lutou: o machismo. Assassinada a tiros pelo ex-marido, o crime, ocorrido em 6 de outubro, teria sido motivado porque o ex, Edson Ferreira de Carvalho, 33, não aceitava o fim o relacionamento, que durou sete anos e terminou em julho.
O suspeito também era policial militar da corporação baiana e se matou logo após tirar a vida de Rafaella, como era conhecida entre os fãs nas redes sociais, a família e os amigos de Ibotirama, onde vivia com as duas filhas, a 664 quilômetros de Salvador.
A policial militar era também influencer digital, com mais de 80 mil seguidores, e comentava em suas redes sociais sobre a equidade entre homens e mulheres. A última publicação sobre o tema foi em 3 de agosto. Nela, Rafaella escreve que os "homens também precisam colaborar para construir a igualdade de participação de ambos os gêneros".
De acordo com o Universa, Rafaella era vítima de agressão física no casamento recém-acabado. "Ela tinha essa bandeira, mas era uma vítima, não conseguia sair dessa situação", disse o irmão de Rafaella, Antônio Neto da Lapa, de 35 anos, ao site.
Ele afirmou que a família dela ficou surpresa com a dimensão do carinho dos seguidores. "Não esperávamos essa repercussão, mesmo sabendo da carreira dela como influenciadora digital e da militância pelos direitos da mulher, levantando bandeira contra o machismo. Ela defendeu as mulheres nas redes sociais pouco antes de morrer."
"Ela ficou afastada da filha, mas, pensando na estabilidade, fez a formação. Era, à época, a única mulher na academia de Salvador. A Rafaella começou a se destacar ainda no curso porque era muito aguerrida, como se espera de uma mulher. Cultivou até a morte vários amigos dessa época", lembrou o irmão.