Na segunda-feira (7), Bruna Linzmeyer, que está no ar em o "Sétimo Guardião", da TV Globo, postou um longo desabafo em seu Instagram. Na publicação, ela explica a decisão de abandonar a depilação – e defende as mulheres que, assim como ela, optam por manter os pelos na axila e deixá-los à mostra.

Em seu Instagtram, Bruna Linzmeyer inspira outras mulheres com depoimento sobre decisão de manter os pelos na axila
Reprodução/instagram/brunalinzmeyer
Em seu Instagtram, Bruna Linzmeyer inspira outras mulheres com depoimento sobre decisão de manter os pelos na axila

No post, a atriz revela que começou a fazer depilação com cera quando era bem novinha. “Sempre doeu muito, mas sempre achei que aquilo era o certo e o belo a ser feito. Nos últimos anos, entendendo a construção dessa visão, me esforcei pra ver os pelos de outros jeitos possíveis. Comecei não julgando as mulheres que tinham pelos, entendendo que cada uma faz o que tem vontade com seu próprio corpo”, escreve.

Em seguida, ela explica que começou a achar libertadora a vontade e a atitude delas e passou a se perguntar o que realmente queria com o corpo. “Nunca antes eu tinha me feito essa pergunta. Por algumas vezes, respondi a mim mesma que preferia raspar. Estava feliz com minha escolha. Mas, mais ainda, estava feliz em poder escolher raspar. Porque, durante todos aqueles anos, eu não escolhia, eu só raspava, achava que era obrigatório mulher arrancar os pelos. Comecei então a achar mais que libertador, a achar bonito, outras mulheres com pelos”, continua. 

Bruna ressalta que passou a olhar para os homens e achar estranha essa diferença. Isso fez com que ela continuasse a se questionar – e foi aí que tudo mudou. “O que eu quero? O que eu gosto? Um dia essa resposta foi diferente. Fiquei com vontade de experimentar ter eles. Ver eles em mim. Tocar neles enquanto passo creme no corpo. Não ter mais que lidar com aquela dor insuportável, nem com o preço da depilação, nem com o tempo gasto nisso, nem com aqueles chatíssimos pelos encravados”, detalha.

Com isso, ela se surpreendeu. “De um jeito que eu não esperava, comecei a achar muito bonito pelos em mim também. Aprendi que liberdade e amor é respeitar a escolha das outras pessoas, quando essas escolhas não violentam ninguém. E poder acessar meu coração e responder sem amarras: o que eu quero? o que eu gosto? de que jeito me sinto bem? ♡ #livresim”, finaliza.

A postagem recebeu 196 mil curtidas e quase cinco mil comentários. Alguns deles, inclusive, elogiando a atitude da atriz. "Uma linda quebra de padrões", diz um. É isso aí. Somos libertadores de nós, inspirações para outros", comemora outra. “Meus olhos encheram de lágrimas, ok?! Haha É isso, é bem isso. São muitas dores e dinheiros. E que não haja julgamentos mais”, pede outro.

Campanha “Janeiro Peludo” mostra que não problema em exibir os pelos

Mulheres exibem pelos no corpo como parte da campanha
Reprodução/Instagram/@janu_hairy
Mulheres exibem pelos no corpo como parte da campanha "Janeiro Peludo"

Apesar do depoimento inspirador de Bruna Linzmeyer , pelos no corpo de uma mulher, por mais que seja algo completamente natural, ainda gera polêmica. E até a própria atriz já foi alvo de críticas por exibi-los em um ensaio , neste mês, na capa de uma revista. O tabu, entretanto, não é apenas no Brasil. Isso porque uma hashtag criada por uma estudante inglesa está dando o que falar.

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Laura Jackson, de 21 anos, criou a campanha Januhairy, um trocadilho com as palavras janeiro - january - e cabelo - hair - em inglês. Seria algo como "Janeiro Peludo", em português. A ideia é mostrar que as mulheres têm total liberdade de exibir pelos no corpo,  abandonar a depilação e se sentirem bem e confiantes com esse look natural.

A proposta da campanha era se depilar no finalzinho de dezembro de 2018 e abandonar lâminas e cera a partir de 1 de janeiro de 2019. A página do Instagram @janu_hairy é a responsável por reunir as fotos das mulheres e, por lá, também traz mensagens que defendem que elas têm o direito de escolher o que fazer com seus corpos e seus pelos.

Em um dos posts, Laura diz que teve de deixar os pelos crescerem, em maio de 2018, para fazer uma apresentação como parte de um trabalho da faculdade de artes. "Algumas partes foram um desafio para mim, mas outras realmente abriram meus olhos sobre o tabu em torno dos pelos no corpo de uma mulher", explica.

Com o tempo, ela disse ter visto algumas vantagem em ficar peluda. "Depois de algumas semanas me acostumando com isso, comecei a gostar dos meus pelos naturais. Também passei a gostar de não ter mais de sentir o desconforto da depilação ", escreve Laura.

Apesar de se sentir bem com os pelos, Laura conta que passou a receber críticas de pessoas que não entendiam porque ela não queria mais se depilar. Foi então que surgiu a ideia de criar o "Janeiro Peludo".

"Não é uma campanha de raiva contra aqueles que não percebem quão normal é ter pelos no corpo . É mais um projeto de empoderamento para que todos entendam mais sobre eles mesmos e sobre os outros", explica a estudante. A campanha ainda está arrecadando dinheiro para a instituição Body Gossip, que defende temas como "body positive" e ajuda jovens a aceitarem seus corpos .

O importante é que, seja com os pelos da axila e da perna ou não à mostra, a mulher sinta bem e confiante com o próprio corpo.

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