exposição O Mundo do Perfume
Divulgação

O ambiente interativo fica dentro do Museu Catavento, na região central de São Paulo

Esqueça a ideia do perfume convencional, com o conteúdo em líquido, frasco de vidro e borrifador. O Museu Catavento, localizado na região central da capital paulista, reabriu oficialmente no sábado (21) a exposição "O Mundo do Perfume", em parceria com o Grupo Boticário. Após alguns anos parado, em razão da pandemia, o espaço, oficialmente lançado em 2017, agora volta reformado e promete levar os visitantes a uma verdadeira viagem no tempo pela história da perfumaria.

Por exemplo, você sabia que o perfume tem suas raízes no Antigo Egito, por volta de 3.000 anos antes de Cristo? Civilizações antigas, como os próprios egípcios, gregos e romanos, já valorizavam o perfume por suas propriedades aromáticas e também o usavam em rituais religiosos. A palavra "perfume" deriva do latim "per fumum" , que significa "através da fumaça". Acreditava-se que, ao queimar determinadas plantas, madeiras e resinas, os pedidos poderiam chegar até os deuses.

O perfume também era utilizado para higiene, beleza e autocuidado, além da saúde. O papiro de Eber é o tratado médico mais antigo de que se tem registro. Escrito em 1.550 a.C, o documento já falava do poder da cura por meio da mirra e do incenso, além dos unguentos aromáticos para tratar os doentes. Além disso, óleos perfumados eram usados para embalsamar os mortos.

Naquela época, os perfumes tinham um aspecto mais próximo ao das pomadas, em vez dos líquidos com os quais estamos acostumados. O álcool só aparece na perfumaria ocidental por volta de 1.300 d.C, durante as Cruzadas, trazidos pelos árabes. Foram eles que aperfeiçoaram as técnicas de destilação para obter o álcool, usado como base do perfume. Isso provocou uma revolução na forma como os perfumes são feitos até hoje.

Frascos de vidros

Você já parou para pensar o porquê do vidro ser o material usado para os frascos de perfume? Além de evitar o contato do produto com o ambiente externo, trata-se de um material reciclável. Outro ponto importante é a acessibilidade. A diversidade de formatos das embalagens permite que pessoas com deficiência (PCDs) visual possam reconhecer as fragrâncias. 

Perfumaria brasileira

O  Brasil se destaca como um importante produtor e consumidor de fragrâncias na cena internacional e, inclusive, já liderou o setor por anos consecutivos.

Por aqui, os povos indígenas já usavam plantas, ervas e resinas naturais para criar perfumes e óleos aromáticos para rituais religiosos, de cura e de beleza. Durante a era colonial, as práticas de perfumaria ainda foram influenciadas pela chegada dos colonizadores europeus e dos escravos africanos e pela introdução de novas técnicas e ingredientes.

Mas foi apenas na década de 1970 que a perfumaria nacional ganhou impulso. Nessa época, houve um movimento crescente de valorização da identidade cultural brasileira em vários setores, incluindo a indústria de perfumes. Marcas começaram a explorar ingredientes locais para criar fragrâncias únicas que refletissem a rica diversidade cultural do Brasil, o que contribuiu para o crescimento e a popularidade da perfumaria nacional. 

O Mundo do Perfume

exposição
Gabrielle Gonçalves/iG Delas

Exposição conta com cerca de 300 peças em seu acervo

O ambiente interativo fica dentro do Museu Catavento, no Palácio das Indústrias, em São Paulo. Totalmente repaginado, o espaço de 100m² conta com 300 peças em seu acervo, além de ilustrações em papiro e até um totem para teste do olfato. A visita permite conhecer desde a história do vidro até as técnicas mais modernas de extração, proporcionando uma experiência imersiva e didática.

A jornada começa pelo Antigo Egito e nos leva a uma viagem pela história da perfumaria mundial, apresentando as principais características de cada época. O passeio continua com a história da perfumaria brasileira, desde a chegada dos portugueses e seu encontro com a cultura indígena até os dias atuais.

Serviço

O Mundo do Perfume - Viagem pelas Fragrâncias

  • Dias e horários: Terça-feira a domingo, das 09h às 17h (a bilheteria fecha às 16h)
  • É necessário realizar agendamento prévio para a visita ao espaço, inclusive às terças-feiras (dia de gratuidade para todos)
  • Ingressos: Inteira: R$ 15,00 e meia-entrada: R$7,50 (confira a política de meia-entrada e gratuidade pelo site)
  • Agendamentos pelo link: https://museucatavento.org.br/home
  • Endereço: Av. Mercúrio, Parque Dom Pedro II, s/n, São Paulo - SP, 03003-060

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** Gabrielle Gonçalves é repórter do iG Delas, editoria de Moda e Comportamento do Portal iG. Anteriormente, foi estagiária do Brasil Econômico, editoria de Economia. É jornalista em formação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).

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