A modelo Lygia Fazio morreu na noite desta quarta-feira (31) por complicações de uma cirurgia de silicone no bumbum. A notícia foi confirmada pela família em seu perfil oficial do Instagram. A também jornalista e ex-assistente de palco estava internada há três semanas após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
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No ano passado, ela já havia passado 100 dias no hospital depois de passar por uma série de procedimentos para a retirada das substâncias usadas durante a intervenção estética. À época, Lygia teria aplicado silicone industrial e PMMA nos glúteos.
O que é o PMMA e para que serve a substância?
O PMMA, chamado comercialmente de "Metacril", é um composto plástico análogo ao acrílico e, portanto, não é absorvido pelo corpo. É utilizado por alguns profissionais para volumização de tecidos corporais, procedimento comumente chamado de "bioplastia".
"A substância é aprovada pela Anvisa para pequenos procedimentos, como correção de pequenas deformidades e lipodistrofia. Mas, em grandes quantidades, como no caso da modelo, tende a desencadear uma série de problemas como infecções e processos inflamatórios. A infecção crônica pode levar à formação de coágulos que acabam interrompendo o fluxo sanguíneo de pequenas artérias", explica o neurocirurgião Feres Chaddad, chefe da Neurocirurgia da Beneficência Portuguesa de São Paulo e da Unifesp.
Já para o cirurgião plástico Luís Maatz, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o PMMA não é recomendado para aplicação corporal pelos riscos associados ao procedimento. "Apesar de ter registro liberado pela Anvisa, a maioria dos cirurgiões plásticos e dermatologistas e as Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica (SBCP) e de Dermatologia (SBD) condenam seu uso. Já o silicone industrial nunca teve a finalidade de uso em seres humanos, e sua aplicação desde sempre foi considerada altamente perigosa".
Quais os riscos?
Como mencionado, o PMMA é constituído por micropartículas que não são absorvidas pelo organismo. E, por isso, podem ocorrer reações inflamatórias graves e infecções. Além disso, durante a aplicação, há risco de obstruções de vasos, podendo levar à necrose dos tecidos locais ou mesmo à embolia pulmonar, AVC, entre outros.
"Os sinais de complicações locais mais comuns são enrijecimento e nódulos nas áreas aplicadas, que se podem se tornar avermelhados; formação de abscessos, com saída de pus ou até necrose dos tecidos. Complicações à distância incluem falta de ar e dor torácica, no caso de embolia pulmonar; e diversas alterações neurológicas, no caso do AVC", diz Maatz.
"Já que não é absorvido pelo corpo, ele pode até mesmo se aderir aos músculos e ossos tornando difícil sua retirada do organismo. Isso pode ocasionar uma série de complicações para o paciente, inclusive o óbito", completa Chaddad.
Já quanto aos riscos do silicone industrial, os especialistas afirmam que são os mesmos do PMMA, com um maior potencial danoso, pois ele se espalha mais entre os tecidos, ocorrendo o fenômeno de migração para áreas onde não foi aplicado.
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