Muita gente está aproveitando o avanço da vacinação contra a Covid-19 para colocar o bronzeado em dia. Seja na praia, piscina, quintal, sacada ou laje, todo mundo quer garantir uma marquinha de biquíni depois de um longo período dentro de casa. Apesar de  não existir mais horário seguro para tomar sol sem protetor solar, ainda são muitos os  benefícios do banho de sol - com as  devidas proteções tomadas.

É verdade que nem todo mundo tem paciência nem hábito de passar protetor solar - que dirá retocar a cada duas horas ou depois de um banho. Mas a utilização de fotoprotetores precisa virar parte da rotina, como beber água, tomar banho, se alimentar, segundo o dermatologista Luann Lôbo. Afinal, é este produto que vai garantir uma pele saudável, bem cuidada e evitar maiores riscos de contrair algum tipo de câncer de pele.

O protetor solar não é a única medida preventiva ao melanoma (câncer de pele), mas a mais relevante nos nossos hábitos diários. “Além do uso do fotoprotetor, evitar exposição solar excessiva nos horários de maior incidência de raios UVB (das 10 às 16hs), usar barreiras físicas como chapéus, bonés e roupas com proteção UV e consumir antioxidantes orais prescritos por um médico, são outras importantes medidas que devem ser adotadas. Além, claro, de manter um estilo de vida saudável e consultar rotineiramente o seu dermatologista”, explica Lôbo.

Como escolher um protetor

Atualmente existem no mercado centenas de opções de produtos para proteger a pele dos raios solares. É tanta oferta que na hora de escolher sempre surge a dúvida: qual o melhor protetor para o meu tipo de pele? Vale lembrar que ainda existem dermocosméticos especificamente para o corpo e outros para o rosto.

O especialista explica que a escolha depende muito do tipo de pele de cada pessoa. “Geralmente, costumo recomendar um fotoprotetor específico para o rosto e outro para o corpo. A pele da face costuma ter necessidades cosméticas um pouco diferentes da pele do corpo”, afirma Luann.

Segundo o profissional há diferenças bem específicas entre os protetores para o rosto e para o corpo e isso deve ser levado em conta. “Tendo em vista que a pele brasileira tende a ser mais oleosa, priorizamos para a face filtros solares mais leves e fluidos, de preferência já com ativos de tratamento, a depender do tipo de pele (clareadores, antixoxidantes, anti-acne, etc)."

Já os filtros solares corporais, em sua maioria, costumam ser mais cremosos e com textura mais densa. Por isso é importante consultar o dermatologista, para entender qual produto funciona melhor para cada pessoa, alerta o médico. 

Ele complementa informando que é muito importante considerar o tipo de pele (seca, oleosa, mista, sensível, etc) e se há alguma patologia cutânea associada (acne, rosácea, melasma, dermatites, etc), além do grau/frequência da exposição solar.

A importância do FPS

Todo fotoprotetor vem com a indicação da sigla FPS, que significa Fator de Proteção Solar, quanto maior o número de FPS indicado, maior será a proteção contra a radiação solar. “O FPS mais indicado depende, principalmente, do estilo de vida de cada pessoa (se trabalha diariamente em ambientes fechados, pratica esportes ao ar livre, frequenta a praia, etc). Na hora de escolher o FPS, também e importante considerar se há antecedentes de câncer de pele ou outras patologias fotossensíveis. De forma geral, recomendamos à população o uso, pelo menos, do FPS 30”, aconselha o dermatologista.

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Reaplicação

Sim, é preciso reaplicar o protetor solar todos os dias. A periodicidade da aplicação do produto, mais uma vez, varia de acordo com a rotina de cada um. “No dia a dia urbano, costumo recomendar a reaplicação a cada 4h (uma média de 3 aplicações/ dia). Já durante viagens de verão, a reaplicação deve ocorrer após suor excessivo, após banhos de mar/piscina/cachoeira, e/ou a cada 2h de exposição solar mais intensa”, explica o especialista.

Filtros com cor

Dentre tantas alternativas de protetores solar, já há alguns anos foi colocado no mercado produtos com cores, que funcionam como base, podendo ser incluído como um item da maquiagem e facilitando muito a vida, além de dar aquele ar mais corado, sem precisar torrar no sol.

 Filtros com tonalizante possuem um efeito de proteção maior. “O pigmento presente nos filtros solares com cor formam uma barreira a mais de proteção, especialmente à luz artificial de escritórios, computadores, celulares, etc. Na praia, principalmente nas peles mais sensíveis à radiação ultravioleta, o filtro solar facial com cor também é um bom aliado”, pontua Luann.

Pele negra

Engana-se quem pensa que pessoas com a pele negra não precisam usar protetor solar. Como a quantidade de melanina é maior, há uma resistência mais forte contra os raios do sol. Ainda assim é importantíssimo que todos usem e abusem dos fotoprotetores, independentemente do tom de pele.

“A pele negra é naturalmente mais resistente à radiação ultravioleta, por sua maior densidade de melanina. Apesar do uso rotineiro do filtro solar também ser mandatório nos pacientes de pele negra, geralmente não necessitamos de FPSs tão altos para manter a pele bem protegida”, pontua o dermatologista.

Bebês e crianças

Outra dúvida que pode surgir sobre o uso dos protetores, é com as crianças. Os cuidadores devem prestar atenção e escolher produtos específicos nos pequenos. Mas atenção: nos bebês não, alerta o médico.

“Bebês de até seis meses não devem utilizar filtros solares. Nesta faixa etária, o melhor, mesmo, é recorrer a barreiras físicas como roupas e sombreiros. Já para os pequenos acima dos 6 meses, e até o fim da infância (12 anos), a indicação é utilizar filtros solares orientados ao público infantil em seu rótulo (geralmente com a palavra KIDS). Priorizar os produtos de fácil aplicação e de boa espalhabilidade também é importante, assim como a reaplicação periódica, conforme já citado”.  

Alergias

Apesar de ser uma quantidade bem pequena, alguns indivíduos não têm boa tolerância aos componentes das fórmulas dos protetores e apresentam alergias. Como fazer então, para se proteger do sol e suas consequências na pele, nesses casos?

“Em situações de intolerância comprovada a algum ativo químico presente em filtros solares, recorremos aos protetores solares compostos por ativos essencialmente físicos (dióxido de titânio e óxido de zinco)”, pontua o doutor Luann.

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