Todos os dias pela manhã, Abigail Collins, de 19 anos, levava pelo menos duas horas para cobrir as marcas de espinha com maquiagem. Por sofrer de acne severa, a jovem conta que já perdeu as contas de quantas vezes se atrasou para sair de casa por conta do procedimento.
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A estudante de criminologia convive com a acne desde os 10 anos e fala que enfrentou muita dificuldade para se relacionar na época do colégio por conta de sua pele machucada.
Depois de anos se escondendo atrás de camadas de cosméticos, ela falou ao jornal britânico Daily Mail que ir para a universidade a fez ter pouco tempo para se maquiar, o que a forçou a a sair de casa "ao natural". Assim, ela passou a compartilhar sua condição no Instagram, o que a ajudou a ser mais autoconfiante.
Desde 2014 a jovem, que é de Glasgow, no Reino Unido, foi diagnosticada com acne cística severa. Na escola, ela se sentia como um “patinho feio” e lutou para fazer amigos, tendo chegado ao fundo do poço em relação a sua autoconfiança. "Foi muito difícil crescer, aceitar a minha pele e fazer coisas adolescentes normais".
“Eu sentia que tinha que usar maquiagem todos os dias para ir a escola e muitas vezes eu me atrasava porque tinha que ter certeza de que tudo estava coberto, então levava uma ou duas horas para ficar pronta”, lembra.
Fora isso, ela conta que foi muito maltratada, até mesmo por pessoas próximas, por conta de sua aparência. “Meus amigos às vezes tinham coisas negativas a dizer e usavam minha pele contra mim, o que me deixou com grandes problemas de confiança quando se trata de conhecer pessoas novas”.
A estudante tentou alguns remédios para acne, mas nada realmente ajudou a curar sua pele, o que colaborou para que ela continuasse usando maquiagem regularmente.
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Se para ter amigos já é difícil, um namorado é algo ainda mais complicado para Abigail. "Eu tenho me esforçado para entrar em relacionamentos, porque eu estava tão auto-consciente sobre a minha pele e sua aparência, que fiz de tudo para evitar isso, e ainda faço”, admite ela.
Por achar que ela está escondendo quem realmente é ao usar maquiagem para tampar as espinhas, Abigail evita qualquer investida amorosa. “Eu não namoro simplesmente porque não quero que ninguém pense que sou uma farsa, ou que não estou sendo honesta sobre a aparência que tenho. É tão difícil entender e ver como outra pessoa interpreta você”, desabafa.
Autoaceitação com ajuda do Instagram
Depois que se mudou para a Universidade do Oeste da Escócia, ela conta que não tinha muito tempo para encobrir a pele e que, por isso, chegou a perder aulas e palestras importantes. Mas quando entrou em seu segundo ano, começou a sentir que ninguém realmente se importava com a aparência dela. Aos poucos, ela passou a sair de casa sem maquiagem.
“Percebi que nenhuma das pessoas ao meu redor notou minha pele. Agora, é raro eu usar qualquer cosmético para ir a universidade. Se vou sair com amigos ou família, então acabo usando, mas se for apenas para fazer algo casual, como ir ao supermercado, eu não uso”, conta.
Abigail começou a compartilhar sua jornada no Instagram, o que a conectou a outras pessoas com o mesmo problema de pele que ela. Isso fez com que, depois de anos se sentindo feia e indigna, ela agora está ansiosa para mostrar aos outros que estão na mesma situação que a acne não os define e que eles não estão sozinhos, como ela já chegou a acreditar.
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“O Instagram me ajudou tanto quando vi tantas outras pessoas que se parecem comigo! Elas me fizeram sentir menos sozinha. É bom poder conversar sobre como estou me sinto ou como está a nossa pele com acne
naquele dia, algo que você não pode discutir com a maioria das pessoas”, finaliza.