Na hora de dar início à vida sexual , o mais indicado é que o jovem , seja do sexo masculino ou feminino, se consulte com um especialista para tirar todas as dúvidas que tem sobre sexo . Se não com um profissional, que fale abertamente com os pais, que precisam ser receptivos à conversa. O problema é que a educação sexual ainda é um tabu.

Um dos problemas da educação sexual ainda ser um tabu é que os pais deixam de acompanhar a evolução dos filhos
Shutterstock
Um dos problemas da educação sexual ainda ser um tabu é que os pais deixam de acompanhar a evolução dos filhos

Um levantamento feito pela empresa de pesquisa de mercado Medimix International, com apoio da farmacêutica MSD, aponta que 50% das mulheres jovens e seus parceiros gostariam de receber mais educação sexual e ter mais informações sobre saúde sexual e métodos contraceptivos.

O fato deles se sentirem perdidos quando o assunto é sexo, pela falta de educação sexual, faz com que eles tomem decisões que podem ser perigosas para o próprio futuro. E o pior, muitos dos pais ao menos sabem que os filhos já iniciaram a vida sexual.

Divergências sobre educação sexual

Brasileiras se sentem mais à vontade com os parceiros do que pais ou especialistas para falar sobre educação sexual, mas como eles também não recebem a educação necessária isso pode gerar problemas no futuro, seja com ISTs ou gravidez
Shutterstock
Brasileiras se sentem mais à vontade com os parceiros do que pais ou especialistas para falar sobre educação sexual, mas como eles também não recebem a educação necessária isso pode gerar problemas no futuro, seja com ISTs ou gravidez

A pesquisa coletou pela internet a opinião de 1.642 pessoas das classes C, D e E entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017. Além do Brasil, os países que também participaram do levantamento foram Argentina, Chile e México.

Enquanto 60% das jovens entrevistadas afirmaram ter visitado um profissional de saúde para esclarecer dúvidas sobre saúde reprodutiva e sexual, no Brasil, em particular, apenas 30% das mães declararam que a filha de fato visitou um especialista.

Quando questionadas sobre com quem inicialmente falaram sobre educação sexual, 31% das jovens brasileiras apontaram a mãe como primeira opção, 23% as amigas e apenas 8% um profissional de saúde. Por outro lado, mostrando novamente as divergências entre mães e filhas, mais de 70% das mães afirmaram que falam sobre sexo com as filhas.

Leia também: Como fazer sexo: saiba como se preparar para a sua primeira vez

As mães também não têm muita noção de quando as filhas se tornam sexualmente ativas. Cerca de 37% das brasileiras jovens relatam que passaram a fazer sexo entre 15 e 17 anos, e 19% entre 18 e 21 anos. Porém 45% das mães pensam que a vida sexual das filhas começou após os 18 anos.

E enquanto 84% das mães preferem falar sobre prevenção de uma gravidez não planejada e o uso de contraceptivos na hora de tratar da educação sexual, 88% das filhas têm mais dúvidas e medo de infecções sexualmente transmissíveis. As jovens só passam a se preocupar mais com a possibilidade de uma gestação após o início da vida sexual.

Jovens confiam mais nos parceiros

Falta de educação sexual gera medo nos jovens, tanto homens quanto mulheres, de uma gravidez não planejada
Shutterstock
Falta de educação sexual gera medo nos jovens, tanto homens quanto mulheres, de uma gravidez não planejada

O levantamento também constatou que, à medida que a jovem evolui sexualmente, o parceiro se torna o principal confidente. É com ele, não com a mãe ou um especialistas, que ela vai desabafar sobre preocupações de uma gravidez não planejada e falar sobre o uso de métodos contraceptivos. E mais uma vez a jovem encontra disparidade nas opniões.

Elas, por exemplo, se preocupam mais com a possibilidade de uma gravidez não planejada do que os parceiros. Além disso, no caso de uma gestação, a principal preocupação para o casal é não ter dinheiro suficiente para manter o bebê e a falta de capacidade para criar uma criança, mas elas também se preocupam com a educação, enquanto eles com o risco de não ter mais uma “vida normal”.

Ainda assim, quase 90% das jovens, mães e dos parceiros concordam que prosseguiriam com a gravidez e assumiriam a responsabilidade pela criança. Quando questionados se conhecem alguém que teve uma gravidez não planejada, 85% das jovens brasileiras e 75% de seus parceiros dizem que sim.

No caso de gravidez, parceiros também são mais procurados

Jovens brasileiras não recebem educação sexual dos pais e não vão procurá-los de primeira no caso de uma gravidez; elas dão preferência a pedir ajuda e conversar com parceiros, que, curiosamente, não acham que deveriam ser primeira opção
Shutterstock
Jovens brasileiras não recebem educação sexual dos pais e não vão procurá-los de primeira no caso de uma gravidez; elas dão preferência a pedir ajuda e conversar com parceiros, que, curiosamente, não acham que deveriam ser primeira opção

Já quando a gravidez não planejada é uma realidade, as jovens brasileiras dão preferência aos parceiros para compartilhar o teste positivo de gravidez. Eles também servem como fonte de aconselhamentos, seguidos pelas mães e amigas.

Apesar de a opinião de um médico ser essencial para muitas vezes até mesmo tranquilizar a mulher, raramente os profissionais de saúde são procurados. E mais uma vez a opinião das mulheres não bate com a das mães e os parceiros.

Enquanto as gestantes procuram primeiro os parceiros para conversar, eles e as mães acreditam que os pais da jovem e os médicos devem ser as principais fontes de aconselhamento.

Leia também: Duas vezes mãe na adolescência: "Até hoje sofro preconceito"

Para essas jovens, a principal consequência de uma gravidez não planejada foi deixar a escola. Na sequência vem a dificuldade de conseguir um emprego, a obrigação de ter de casar com o parceiro, precisar deixar a casa dos pais e, por último, interromper a gravidez.

Ao todo participaram 814 mulheres de 18 a 21 anos, 620 mães de meninas pré-adolescentes (entre 9 e13 anos) e adolescentes (entre 14 e 20 anos) e 208 homens maiores de 18 anos. No Brasil, a pesquisa ouviu 416 pessoas de todas as regiões do país, sendo 211 mulheres jovens, 151 mães e 54 parceiros. A pesquisa baseou-se em três temas:

  • Questões relacionadas à sexualidade em geral: visitas ao profissional de saúde, nível de autopercepção de conhecimentos sobre questões de saúde reprodutiva e sexual, início de atividade sexual e principais preocupações relacionadas a isso;
  • Questões referentes aos métodos anticoncepcionais: nível de conhecimento, uso e preferências;
  • Perguntas relacionadas à gravidez não planejada: nível de preocupação, consequências, fontes de informação/pessoas de quem as jovens dependem ou preferem ao tomar uma decisão e formas de preferência para receber as informações relacionadas à saúde reprodutiva e sexual.

Tem dúvidas sobre sexo, sexualidade ou até educação sexual ? Entre em contato conosco pelo email [email protected] . Nós traremos uma especialista para respondê-la com sigilo total!

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!