Heloisa Donzelli, hoje com 24 anos, engravidou aos 17 anos da primeira filha e, um ano depois, teve outra menina
Engravidar na adolescência raramente é algo planejado pela mulher, mas é fácil achar meninas com barrigão ou com um bebê no colo por aí. Segundo recente levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 5 garotas engravida até os 18 anos em todo o mundo. Isso representa cerca 16 milhões de adolescentes grávidas.
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O susto de descobrir uma gestação precoce pode resultar em distúrbios psicológicos para a garota, segundo o psicólogo Yuri Busin. O profissional ressalta ainda a importância do apoio da família nesse momento em que a mãe pode ter medo de não dar conta da situação.
"Em muitos casos, se a jovem não tinha planejado, isso é uma sensação de susto de início, como se a vida tivesse acabado. É uma fase muito difícil, na qual há uma mudanças muito grandes no cotidiano dessa nova mãe e da família. Por isso, é sempre muito importante conversar, ajudar e apoiar", explica.
Heloisa Donzelli tem 24 anos e sabe o que é passar pela gravidez na adolescência. Aliás, ela sabe duas vezes o que é isso.
Aos 17 anos, engravidou de Mirella e, aos 18, foi a vez de esperar por Giovanna. " Meu primeiro pensamento quando engravidei da minha primeira filha foi que meus pais e irmãos iriam ficar decepcionados comigo. Não pensava em mim, não pensava no bebê, só pensava neles. Eu chorei e me desesperei e, no dia que soube, saí da minha casa e fui para casa da minha amiga", relata.
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"Na segunda gravidez, fiquei mais calma, mas, ainda assim, me desesperei. Meu primeiro pensamento foi que não deveria mais morar na casa da minha mãe pois seria muito abuso da minha parte com as pessoas que moravam lá", conta.
Heloisa, então, resolveu morar com o pai das garotas. Nos primeiros anos, os dois eram parceiros na criação, mas com o tempo o relacionamento acabou desgastando e eles se separaram e novamente veio o peso de uma gravidez não planejada. "Depois que nos separamos, não contei mais tanto com a ajuda dele por um bom tempo", conta, sobre o ex-namorado, que voltou a ajudá-la financeiramente e na criação das meninas recentemente. Já a família, garante a jovem, nunca a deixou na mão, mas, mesmo assim, ela decidiu ter sua própria casa com as filhas.
O que é ser mãe?
"Ser mãe, para mim, é a experiência mais incrível que qualquer mulher pode passar, é entender realmente o que significa amor", declara Heloisa.
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"Maternidade mudou tudo"
"A maternidade mudou tudo na minha vida, desde minhas ações do dia a dia até as minhas prioridades.Tudo que faço, penso primeiro nelas antes de qualquer coisa. A maternidade trouxe pra mim mais responsabilidade e me ajudou a enxergar a vida com menos egoísmo. Saber que existem duas pessoinhas que dependem de você em tempo integral muda tudo", relata Heloisa.
O psicólogo explica. "Ela passa de ser uma jovem e assume um papel de mãe, obrigando a assumir novas responsabilidade e principalmente por zelar pela criança. A partir do nascimento, existe uma mudança muito grande de vida, a jovem deixa de pensar somente nela e começa a pensar no outro e viver por um outro de uma forma nunca imaginada antes".
Preconceito
Heloisa conta que foi vítima de preconceitos desde sua primeira gestação até hoje. "Em todos lugares que eu ia, sempre tinha alguém me encarando e encarando minha barriga. "Quando eu estava grávida de uma e carregando a outra era pior ainda", relata. "Até hoje sofro preconceito quando vou levá-las ao médico ou na escola porque sempre tem aquele olhar de julgamento", completa. Apesar disso, o incômodo com as críticas ficou para trás, ela afirma.
"O mais importante é que a jovem amadureça e crie responsabilidades para cuidar de uma nova vida. O papel da mãe é fundamental para a criação da criança, assim como a família. Então, é de extrema importância que a mãe comece a mudar e zelar pelo bem maior dos filhos", finaliza o especialista.
* Levantamento de 2012.