Além de diversas zonas erógenas, as mulheres têm a vantagem de ter uma região íntima com diferentes pontos que podem ser fontes de prazer. Estimulados da forma correta, a mulher pode atingir vários tipos de orgasmo e em lugares diferentes do corpo. Vale conhecê-los para, quem sabe, começar a buscá-los.
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A coach, consultora de saúde e educação, e criadora do grupo secreto sobre sexualidade feminina Afrodites no Facebook, Luciana Vilela, explica que, antes de conhecer ou buscar qualquer um dos tipos de orgasmo , é importante entender que o clímax é algo do cérebro, mais do que algo do corpo, como as mulheres costumam acreditar.
“O sexo começa na cabeça, porque quando estamos ali no momento, imaginamos outras coisas ou gostamos de olhar para o nosso parceiro - tem toda uma fantasia. E esse estímulo do cérebro é o principal para a mulher conseguir atingir o clímax, da forma que for”, diz. Da mesma forma, estar relaxada e entregar-se ao momento é essencial.
Além disso, conhecer o próprio corpo é outro ponto chave. Luciana fala sobre a importância de a mulher se conhecer, explorando suas zonas de prazer, inclusive sozinha, por meio da masturbação, dos diferentes toques e das fantasias. “Ela sabendo do que gosta, vai facilitar para que ela peça isso ao parceiro e se entregue mais ao momento. Tudo isso ajuda a chegar ao orgasmo”, afirma.
Em tese, isso significaria que a mulher pode ter o orgasmo a partir do estímulo de qualquer zona erógena. Luciana afirma que existem mulheres, por exemplo, que conseguem chegar ao clímax só com carícias nos seios e mamilos, ou só com beijos na boca e pelo corpo, “porque tem a fantasia ali na cabeça dela, que, em alguns casos, é muito mais significativo”.
Os tipos de orgasmo: do vaginal ao anal, incluindo os múltiplos e o “squirting”
“A mulher é o ser mais sortudo do mundo! Enquanto os homens têm um órgão só para tudo, a gente tem a vagina, o clitóris e, para a urina, a uretra. Temos vários pontos erógenos ali embaixo, então o sexo sempre tem novidades, sempre pode ser diferente”, defende.
Assim, veja os diferentes tipos de orgasmo que podem “ocorrer”, entenda-os e não tenha medo de explorar suas possibilidades .
» Orgasmo clitoriano
O orgasmo clitoriano é o mais “fácil” dos tipos de orgasmo a ser atingido pois o clitóris é uma região cheia de terminações nervosas que reagem com facilidade a estímulos. Sem falar que uma “pontinha” sua fica exposta, sendo, assim, identificada sem problemas para que ocorra o estímulo.
Muitas mulheres conseguem atingir o clímax por essa região sozinhas, seja apenas com as mãos ou pelo uso do vibrador, mas nem todas conseguem-no com um parceiro. Ele pode estimular o clitóris com a boca ou com os dedos, mas, para que a mulher chegue ao orgasmo, ele precisa ter paciência - e ela também. “O momento requer atenção e dedicação do parceiro e a mulher tem que estar relaxada, se entregar às próprias fantasias enquanto está vivendo aquilo”, recomenda Luciana.
» Orgasmo vaginal
O orgasmo vaginal é aquele que acontece devido à penetração ou pelo estímulo do ponto G, no interior do canal vaginal - seja pelo pênis, por dedos ou brinquedos eróticos.
“Esse é mais difícil justamente porque precisa encontrar o ponto G, aquele local onde a mulher sente mais prazer”, explica Luciana. Essa dificuldade é o que faz com que muitas mulheres não consigam chegar ao orgasmo apenas pela penetração. Algumas precisam ter o clitóris sendo estimulado simultaneamente, outras simplesmente não conseguem atingi-lo, nem com outros estímulos - e isso é normal.
Vale ponderar que posições sexuais diferentes causam sensações diferentes na mulher e podem ser decisivas na hora de atingir o clímax. Por isso, vale experimentar poses distintas junto com o parceiro - o que também pode ser muito divertido.
» Orgasmo anal
Ao contrário dos homens, que têm a próstata que pode ser estimulada por meio do ânus, as mulheres não têm nenhum órgão que provoque prazer por meio do ânus. Então como que algumas têm orgasmos por meio da penetração ou de carícias no ânus?
Para Luciana, o prazer está na fantasia, mais do que na sensação em si, que também pode ser muito boa (a lógica é muito semelhante para mulheres que "chegam lá" apenas por acariciar os seios e mamilos).
“Mulheres que já tiveram o orgasmo anal já disseram que ele pode até ser mais forte que o vaginal e o clitoriano. Tem a ver com a fantasia, de ela saber que está ali dando aquele prazer para o parceiro, ‘dando’ para ele. Esse pensamento, esse estímulo ao cérebro, acredito que é essencial para que a mulher chegue ao clímax dessa forma”, argumenta.
» Orgasmos múltiplos
Os orgasmos múltiplos, muito cobiçados pelas mulheres, são aqueles que acontecem seguidamente. Ou seja, vem o orgasmo e, em seguida, vem outro e outro e assim vai. Eles são diferentes do que podemos chamar de orgasmos “simultâneos”, isto é, aqueles que podem ocorrer por estímulos de regiões diferentes - por exemplo, a mulher pode atingir o clímax vaginal e clitoriano ao mesmo tempo, gerando uma sensação mais forte, "mas os múltiplos são os que a mulher sente a onda do orgasmo e aí, ela mal passa, já vem essa onda de novo”, reforça Luciana.
Neste caso, o mais importante é se entregar inteiramente ao momento e estar relaxada. Mas os orgasmos múltiplos não são um fenômeno controlável, então é natural que a maioria das mulheres não consiga atingi-lo.
» “Squirting” ou esguicho
O “ squirting ”, conhecido popularmente como esguicho ou ejaculação feminina, é a liberação de líquido pela vagina durante o sexo. Ao contrário da crença popular, o esguicho não é exatamente a mesma coisa que a ejaculação feminina.
Enquanto a ejaculação feminina é a liberação de um fluido espesso, cremoso e esbranquiçado no canal vaginal que seria provocado pelo que pesquisadores chamam de “próstata feminina”, o esguicho é uma espécie de urina diluída liberada pela uretra quando, além do estímulo sexual, ocorre pressão na bexiga da mulher.
Também diferente da crença popular, o esguicho não é exatamente um esguicho, que vai espirrar para todos os lados como um cano de água que acabou de estourar. É mais provável que o líquido escorra, como aconteceria ao fazer xixi.
“Apesar de ser a estimulação de um ponto entre a uretra e a vagina, não é urina. Mas para chegar nesse ponto, que é uma espécie de ponto máximo do prazer, a mulher precisa conhecer muito o próprio corpo”, diz Luciana. Mesmo assim, o “squirting” não é um processo totalmente controlável pelas mulheres, sendo, em alguns momentos, praticamente involuntário. Ele também não é um dos tipos de orgasmo e não está ligado obrigatoriamente ao clímax, o que significa que a mulher pode “esguichar” durante o ato sexual sem necessariamente ter "chegado lá".
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