Mesmo sendo um fenômeno humano universal, os cientistas lutam para identificar os fundamentos biológicos do amor. Agora, um novo estudo encontrou evidências de que os seres humanos evoluíram para poder serem capazes de se apaixonar. A pesquisa apresenta a primeira evidência de que o amor influencia também na quantidade de filhos do casal.

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Se apaixonar pode garantir mais filhos ao casal, dizem pesquisadores
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Se apaixonar pode garantir mais filhos ao casal, dizem pesquisadores


O estudo foi publicado no jornal "Frontiers in Psychology" e aponta que as sociedades ocidentais modernas contam com muitos fatores que dificultam o amor e o desejo das pessoas de ter um filho. Por isso, foi buscada como objeto de estudo uma civilização atual que tenha características similares as mais antigas para entender como “surgiu” essa ideia de se apaixonar .  

Durante a procura, cientistas chegaram ao povo de Hadza, que vive na Tanzânia. O pesquisador Piotr Sorokowski, da Universidade de Wroclaw, explica que o estilo de vida das pessoas de Hadza é mais compatível ao dos antepassados pré-históricos e, por isso, pode fornecer informações sobre a evolução precoce do amor. Para avaliar o sentimento dos indivíduos casados, os estudiosos usaram um método chamado escala de amor triangular.

Mais amor, mais filhos

A escala baseia-se em três componentes que, como um todo, devem medir a profundidade do amor. São eles: intimidade, paixão e compromisso. Depois de reunir as respostas de cada participante sobre esses tópicos, os especialistas compararam com o número de filhos que cada casal teve.

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“Descobrimos que o compromisso e o sucesso reprodutivo estavam positivamente e consistentemente relacionados a ambos os sexos quando as pessoas estavam apaixonadas”, dizem os pesquisadores, segundo informações do portal britânico “Independent”. Eles também encontraram uma associação positiva entre a paixão e a facilidade das mulheres engravidarem.

Os cientistas sugerem que a paixão e o compromisso podem ser fatores-chave que aumentam a possibilidade de reprodução. Isso significaria que a seleção, ou seja, escolher ficar com quem se gosta, promovia o amor na evolução humana.

Limitações nos resultados

De acordo com o professor Michael Gratzke, fundador da Love Research Network da University of Hull, o estudo tem limitações, visto que o conceito de amor varia entre as culturas, afetando a forma como esses resultados podem ser vistos. “Não sei se existe algum conceito de amor na língua Hadza, e não sei como isso foi considerado na pesquisa”, afirma.

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Outra questão importante é o que isso pode significar para as pessoas que não se enquadram nesse tipo de relacionamento monogâmico e heterossexual, pois se apaixonar também faz parte da realidade delas. “Nós não somos caçadores, então a maneira como nos organizamos nos relacionamentos obviamente pode ser muito diferente”, finaliza o professor. 

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