Apesar de muitos rejeitarem a ideia de ter um fetiche, um estudo recente, publicado no “The Journal of Sex Medicine”, aponta que quase metade das pessoas tem interesse em algum tipo de fantasia sexual , seja ela qual for. Segundo o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., fetiches são objetos ou comportamentos que auxiliam ou até servem de intermediário no processo de excitação e  são algo completamente saudável  – é claro, desde que não ultrapasse os limites e a intimidade de outras pessoas envolvidas ou não na fantasia. 

Fetiches podem ir muito além da excitação em, por exemplo, transar em público, e alguns deles são bastante excêntricos
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Fetiches podem ir muito além da excitação em, por exemplo, transar em público, e alguns deles são bastante excêntricos

Apesar de os  fetiches serem normais e de a sexualidade ser algo que pode se expressar de diversas formas, as fantasias sexuais vão muito além do BDSM (práticas que envolvem bondage, disciplina, submissão e sadomasoquismo e se popularizaram com o fenômeno "Cinquenta Tons de Cinza") e aquele tesão em fazer sexo em público, causando espanto para muitos. Confira cinco fantasias sexuais das quais você provavelmente nunca ouviu falar:

Fetiche por veículos

Pode parecer extremamente excêntrico, mas há pessoas cujos objetos que motivam a fantasia sexual são carros, motos e outros veículos motorizados. Segundo o professor universitário e fetichista e que prefere ser identificado como Fausto Fardado, essas pessoas se excitam com os veículos em si – apreciando coisas como o ato sexual sobre ou dentro deles – mas também curtem, por exemplo, artigos relacionados ao meio de transporte em questão (capacetes, roupas de couro, uniformes e afins).  

“Eu tenho um amigo que tem isso. Ele é motoqueiro e não gosta que toquem no corpo dele. Ele gosta de fazer pegação só com a roupa de couro de motoqueiro e, de preferência, com o capacete, sem olhar a cara do outro. Há uns vinte anos que ele não toca o corpo dele sem a luva de moto”, conta Fausto, que também é colunista do iGay . Ele afirma que, às vezes, uma pessoa que tem esse tipo de fantasia sexual sente tesão em apenas observar outra enquanto ela se masturba sobre um veículo.

Fetiche por dor nos órgãos genitais

Segundo Fausto, a excitação por causar ou sentir dor nos órgãos genitais é uma das práticas mais comuns dentro do BDSM. Ele afirma que há até algumas categorias de fetiches que focam justamente em manipular o órgão genial e o ânus alheio de forma a fazer com que a outra pessoa sinta dor. São eles:

CBT e “ballbusting”

A sigla CBT significa “Cock Ball Torture” (algo como tortura do pênis e dos testículos, em tradução livre), enquanto “ballbusting” significa – literalmente – “golpear os testículos”. De acordo com Fausto, os dois incluem práticas como dar chutes, tapas e apertões nas partes íntimas masculinas. 

“Fisting”

A palavre remete a “fist” que, em português, significa “punho”. Se você ainda não entendeu como esse fetiche funciona, aí vai: ele consiste em introduzir o punho inteiro no ânus de outra pessoa.

Fetiche por excrementos

Sim, algumas pessoas se excitam com a presença, manipulação e até com o cheiro de excrementos e outros fluidos corporais (como urina, suor, sêmen e mais). De acordo com Fausto, há algumas categorias que se enquadram no "Pig" (porco), nome que recebe essa fantasia:

"Piss"

Fausto diz que esse fetiche pode se manifestar de formas diferentes: para algumas pessoas, a excitação vem de imaginar ou de ver alguém fazendo xixi, enquanto, para outras, ela vem do contato direto (e às vezes até da ingestão) com a urina.

"Scat", g osto por cheiros e secreções

Aqui, a exitação sexual é relacionada a fezes, cheiros (sim, isso inclui gases, chulé e até o famoso "cê cê") e substâncias expelidas pelo corpo em geral, como o suor.

Leia também: Garota de programa revela cinco fetiches que muitos homens têm e não falam

Fetiche por pessoas lambendo maçanetas de portas

Esta fantasia é curiosa, e fica ainda mais interessante pelo fato de ter começado com um post feito no Twitter por uma pessoa que estava alcoolizada. Em entrevista para o site de entretenimento "Kotaku", o ilustrador Ryuko Azuma teve uma idéia enquanto estava bêbado, e fez um tuíte a respeito dela. A ideia? A de que fotos de mulheres lambendo maçanetas poderia bombar.

Tudo começou com uma 'ideia alcoolizada', mas fotos de mulheres lambendo maçanetas de portas tomou conta da web
Reprodução/Ryuko Azuma
Tudo começou com uma 'ideia alcoolizada', mas fotos de mulheres lambendo maçanetas de portas tomou conta da web

Ai Ehara, uma jovem fotógrafa (que, na época, tinha 21 anos), respondeu ao tuíte do ilustrador, e foi assim que o projeto surgiu, prontamente tomando conta do Tumblr, tornando-se um viral. É claro que maçanetas não são objetos cujo formato é sexualizado como, por exemplo, uma banana, mas a posição que as garotas precisam ficar para tirar as fotos traz uma ideia de submissão que, pelo jeito, excita muita gente por aí.

Fetiche por melecas

Sim, existe um fetiche em que a excitação da pessoa vem de se melecar  com substâncias viscosas que façam bastante bagunça, como tinta, lama e até alimentos cremosos, como leite condensado ou qualquer outro tipo de creme. O nome dessa prática é o “WAM”, sigla que faz referência a “Wet and Messy” (molhado e bagunçado, em tradução livre), e o prazer vem de fazer algo “errado”, já que as roupas que a pessoa está usando acabam estragadas.

A palavra-chave é consenso

Fetiches fazem parte da rotina e do imaginário de muitos, mas há, sim, a possibilidade de eles se transformarem em um tipo de patologia. De acordo com Rodrigues, esse quadro se caracteriza pelo fato de que a pessoa não consegue sentir prazer de outras formas que não englobem a fantasia sexual em questão. O psicólogo explica que, sendo assim, a pessoa tenta aproveitar toda e qualquer possibilidade de realizar essa fantasia, mesmo que isso envolva fazer coisas ilegais.

Sendo assim, desde os fetiches mais simples, como o tesão por ser amarrado ou amarrar alguém, até os mais "excêntricos", como a atração por excrementos, precisam ser muito bem combinados. Tudo deve ser devidamente conversado entre todas as pessoas que participarão do ato e limites devem ser estabelecidos para que não haja "surpresas". Fora isso, pessoas cujas fantasias sexuais invadem os limites e a privacidade alheia de forma incontrolável devem receber tratamento psicológico adequado.

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